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Brasil x Japão ao vivo nas Olimpíadas: onde assistir ao vôlei masculino

Brasil x Japão ao vivo nas Olimpíadas onde assistir ao vôlei masculino
Jogo de vôlei masculino das Olimpíadas de Tóquio 2021 será disputado no fim do dia de hoje, 2, já na madrugada de terça, 3, e terá transmissão ao vivo. Confira onde assistir na TV e online Brasil x Japão

A origem das Olimpíadas está intrinsecamente ligada à política. A primeira edição dos Jogos foram ainda no Século XIX, quando as forças se concentravam e se estabeleciam em estados fortes. O Comitê Olímpico Internacional (COI) foi fundado em Paris, na França, em 1894, sendo mais antigo do que nações como Cuba, Catar e as duas Coreias e poucas décadas mais nova do que a unificação de Alemanha e Itália ou mesmo da independência de Argentina, Brasil, Chile e tantos mais.

Nos primeiros Jogos Olímpicos de Verão, Atenas-1896, eram 14 nações, 241 atletas e 9 esportes. Hoje, em Tóquio-2020, são 206 países participantes, cerca de 12 mil competidores em 47 modalidades diferentes. Note-se que a Organização das Nações Unidas (ONU) conta com assentos fixos para 193 Estados-membros.

Atravessando séculos, as Olimpíadas cravam o nome na História. Assim, cada movimento geopolítico relevante deixa a marca nos Jogos. A influência de Adolf Hitler em Berlim-1936 ou da ditadura soviética então liderada por Leonid Brezhnev em Moscou-1980 são movimentos claros de interferência. Mas, para além destes efeitos diretos, o surgimento e queda de grande potências ou a disputa pela hegemonia deixam um rastro.

E esse rastro pode ser lido no quadro de medalhas de cada Olimpíada. 

A ascensão da União Soviética

Após a II Guerra Mundial, no fim da era Stálin, o governo soviético decide abandonar o boicote que fazia aos Jogos e adere ao Movimento Olímpico estreando em Helsinque-1952 já com o segundo lugar no quadro geral de medalhas. A força da nova potência se confirmaria com as lideranças em Melbourne-1956 e Roma-1960.

 Jogos olímpicos de Moscou, em 1980 (Foto: Foto: Divulgação)
Foto: Foto: Divulgação Jogos olímpicos de Moscou, em 1980

O domínio virou disputa a partir de então, com prevalência dos EUA em Tóquio-1964 e Cidade do México-1968 para ser consolidado pelos soviéticos nos três jogos seguintes: Munique-1972, Montréal-1976 e Moscou-1980, quando foi sede — e sofreu com o boicote dos rivais de alguns outras potências, após ocupação do Afeganistão.

Seguindo o contexto da Guerra Fria, a União Soviética (URSS) boicota os Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984 e volta ao topo em Seul-1988, quando competiu pela última vez.

A URSS disputou apenas nove dos 28 Jogos realizados até Tóquio. O suficiente para, até hoje, seguir como segundo país com maior número de ouros na história.

Nos Jogos de Barcelona (1992), após a dissolução da URSS no fim do ano anterior, 12 das 15 ex-repúblicas soviéticas competem sob bandeira olímpica como equipe unificada — conhecida então como CEI —, e se mantém no topo do quadro.

Herdeira olímpica da URSS, a Rússia tenta manter a tradição nos Jogos, mas vê a China despontar como principal rival política e esportiva dos EUA pós-Guerra Fria. Foram dois segundos lugares em Atlanta-1996 e Sydney-2000; dois terceiros lugares em Atenas-2004 e Pequim-2008; e dois quartos lugares em Londres-2012 e Rio-2016. 

Os Jogos no Rio e os de agora em Tóquio são marcados por uma delegação reduzida, em meio a punições por um esquema de doping institucionalizado que faz o país competir neste ano sob nome e bandeira do “Comitê Olímpico Russo”, também chamado de ROC, pela sigla em russo.

  O efeito soviético na Cortina de Ferro e em Cuba

 Ginasta Nadia Comanecci, estrela das olimpíadas de 1980 (Foto: Foto: UPI)
Foto: Foto: UPI Ginasta Nadia Comanecci, estrela das olimpíadas de 1980

O período da Guerra Fria foi também de resultados significativos para alguns países socialistas que não necessariamente tinham economias ou populações tão expressivos quanto a das potências dominantes. Notadamente, surgiram os casos de Bulgária, Cuba, Hungria, Polônia e Romênia.

A partir das décadas de 1960 e 1970, esses cinco países começaram a colher frutos de um forte investimento estatal no esporte aliado a robustos aportes da União Soviética e se tornaram ou se consolidaram como potências olímpicas, quase sempre ocupando o top-10 do quadro de medalhas.

Destaque para um terceiro lugar geral da Bulgária em Moscou-1980; um quarto e um quintos lugares de Cuba em Moscou-1980 e Barcelona-1992, respectivamente; e um segundo lugar da Romênia em Los Angeles-1984. A de se ressaltar, porém, o boicote de potência ocidentais na Olimpíada da capital soviética e da própria URSS na metrópole dos Estados Unidos.

Esses países se tornaram dominantes em esportes específicos e que distribuíam muitas medalhas como boxe e atletismo (Cuba), ginástica (Romênia), lutas e levantamento de peso (Bulgária), atletismo (Polônia), esgrima e natação (Hungria).

O fator URSS pode ser sentido a partir dos anos 1990. Com a queda da Cortina de Ferro, esses países viram os resultados despencarem. No entanto, nos casos de Cuba e Hungria, a tradição esportiva cultivada por décadas ainda faz com que se mantenham entre as 20 maiores forças olímpicas.

Muro de Berlim é campo de batalha de propaganda

Mais impressionante que a União Soviética é o desempenho fulminantes da Alemanha Oriental. A ex-república do lado leste do Muro de Berlim passou a competir separadamente da vizinha do oeste nos Jogos da Cidade do México-1968 e participou apenas cinco vezes. 

Depois de um quinto lugar no México, a Alemanha Oriental conseguiu um terceiro lugar em Munique-1972 e três segundos lugares consecutivos: Montréal-1976, Moscou-1980 e Seul-1988, ficando atrás apenas da URSS e superando os Estados Unidos em 1976 e 1988. Em Los Angeles-1984 houve boicote. 

As participações da Alemanha Oriental também são marcadas por suspeitas de doping institucionalizado, com vários competidores de natação e atletismo, por exemplo, ostentando recordes nos anos 1970 que duram até hoje. Alguns atletas chegaram a admitir esquemas em reportagens décadas depois, 

Após a reunificação, a Alemanha se manteve como potência, sempre figurando no top-6 dos Jogos. 

  Ditadura Militar foi contrafluxo no esporte olímpico brasileiro

João Paulo, atleta brasileiro de Salto a Distância  (Foto: Foto: Sport Press)
Foto: Foto: Sport Press João Paulo, atleta brasileiro de Salto a Distância

É comum em alguns países a associação de ditaduras que investem pesado em esporte e bons resultados em termos de medalhas — as comunistas China, Cuba, Coreia do Norte e União Soviética são os exemplos mais óbvios. O caso da ditadura militar brasileira (1964-1985) passa longe dessa realidade. Durante esse período, o Brasil colecionou poucos resultados expressivos em relação à quantidade de medalhas. 

Os militares brasileiros utilizaram o futebol e a seleção brasileira como instrumentos esportivos principais de propaganda, dando pouca ou nenhuma atenção às demais modalidades. 

Nos seis Jogos entre 1964 e 1984, o Brasil conquistou apenas três medalhas de ouro, com desenvolvimento praticamente nulo do esporte. Entre 1920 e 1960 também foram três títulos.

O maior sucesso brasileiro começa a surgir somente após a redemocratização. Mais especificamente nos Jogos de Atlanta-1996 nos quais o Brasil conseguiu 3 ouros e 15 pódios no total, ambos recordes só superados em Atenas-2004 e Pequim-2008, respectivamente.

 
O que os Jogos Olímpicos dizem sobre a China de hoje

Observar a evolução de desempenho esportivo da República Popular da China é também entender como o gigante asiático se tornou uma potência política e econômica a partir do fim do último século. Passado o período maoísta, a China passa a se abrir mais para o mundo e dá os primeiros passos nos planos reformistas de Deng Xiaoping na construção do país que nos dias atuais é central em todas as decisões estratégicas na geopolítica.

Tênis de mesa se tornou atração nas Olimpíadas de Pequim(Foto: Foto: Divulgação )
Foto: Foto: Divulgação Tênis de mesa se tornou atração nas Olimpíadas de Pequim

A China estreou apenas nos Jogos de Los Angeles-1984, 35 anos após a chegada do Partido Comunista ao poder. Antes a “China” olímpica era aquela que até a década de 1970 era reconhecida na comunidade internacional como única China: Taiwan ou Formosa ou Taipei, que até hoje ainda participa das disputas. As mudanças de nome passam também pela influência chinesa, inclusive. 

Potência olímpica desde o começo, a República Popular da China só não esteve nas cabeças do quadro de medalhas nos Jogos de Seul-1988. O paralelo entre o crescimento esportivo do país a partir dos anos 1990 com a subida vertiginosa da economia chinesa neste período é inevitável.

Neste século, a China foi terceiro lugar em Sydney-2000) e Rio-2016 e segundo lugar em Atenas-2004 e Londres-2012. O ápice foi em casa. Além da liderança no quadro, os Jogos de Pequim-2008 serviram como o maior símbolo do gigante global que a China quis revelar que se tornaria dali para frente.

  Japão de altos, baixos e cada vez mais altos

Naomi Osaka do Japão posa com o troféu da vencedora do Aberto da Austrália de 2021 (Foto: Patrick HAMILTON / AFP)
Foto: Patrick HAMILTON / AFP Naomi Osaka do Japão posa com o troféu da vencedora do Aberto da Austrália de 2021

A história olímpica japonesa é entrecortada por altos e baixos e pela II Guerra Mundial. Antes do conflito, o Japão se mostrava como potência insipiente, tendo bons resultados nos Jogos de Los Angeles-1932 e Berlim (1936). Após ser devastado por duas bombas nucleares e ser excluída da retomada dos Jogos, o país só vai recuperar o bom desempenho 20 anos depois, com o terceiro lugar como anfitrião, em Tóquio-1964, e na Cidade do México-1968.

Ao contrário da maior rival China, o crescimento do Japão não foi refletido imediatamente no quadro de medalhas. Mesmo com a segunda economia do mundo nos anos 1980 e 1990, o país não conseguiu se estabelecer nas primeiras posições daqueles anos.

Apenas a partir de Sydney-2000, o Japão volta a ficar no top-10, com a expectativa de ficar em segundo ou terceiro lugar neste ano em casa.

Curiosidade. Se a escolha de Naomi Osaka este ano para acender a pira olímpica foi cheia de simbolismo por igualdade, o escolhido nos Jogos de Tóquio em 1964 também não foi por acaso. Competidor do atletismo, Yoshinori Sakai nasceu no dia 6 de agosto de 1945 na província de Hiroshima, no mesmo dia em que caía perto dali a primeira e mais devastadoras das bombas atômicas que destruíram o Japão na II Guerra.

Países de um esporte só

Alguns países sem uma robusta economia ou tradição esportiva conseguem um desempenho esportivo nos Jogos Olímpicos relativamente significativo. É o caso de nações que concentram um grande número de pódios em apenas um esporte específico. Os casos mais notáveis podem ser observados no atletismo. 

Se Usain Bolt é o principal símbolo de uma Jamaica dominante nas provas rápidas, a tradição dos caribenhas precede a geração do raio e de Shelly-Ann Fraser-Price. Das 78 medalhas conquistadas pela Jamaica na história dos Jogos, 77 foram no atletismo. A exceção é David Weller, bronze no ciclismo nos Jogos de Moscou-1980.

Corredor olímpico, Ulsan Bolt, nas competições de Londres(Foto: Foto: AFP)
Foto: Foto: AFP Corredor olímpico, Ulsan Bolt, nas competições de Londres

Casos semelhantes ocorrem nas provas de fundo com Quênia e Etiópia, maiores potências e rivais nas disputas de longa distância. Depois de conquistar na maratona os históricos ouros de Adebe Bikila em Roma-1960 — com os pés descalços — e Tóquio-1964, os etíopes conquistaram 54 medalhas, sendo 22 ouros. Todos no atletismo.

O Quênia tem um desempenho ainda melhor. Das 103 medalhas conquistadas, 96 foram no atletismo e as demais sete no boxe. Para entender o tamanho do poderio do Quênia no atletismo foram 30 medalhas de ouro. Somados todos os esportes desde o início dos Jogos, o Brasil tem o mesmo número ouros.

Acabam sendo exemplos de investimento pontual e com resultado exponencialmente mais relevante.

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(Foto: Foto: AFP)Kenisa Bekele atleta etíope, ganhador de medalha de ouro Atenas (2004) e Pequim (2008)  (Foto: Foto: AFP)Kenisa Bekele atleta etíope, ganhador de medalha de ouro Atenas (2004) e Pequim (2008)
(Foto: Foto: AFP)Shelly Anna Fraser, atleta jamaicana, é bi-campeã olímpica ao vencer em Pequim (2008) e Londres (2012) (Foto: Foto: AFP)Shelly Anna Fraser, atleta jamaicana, é bi-campeã olímpica ao vencer em Pequim (2008) e Londres (2012)
(Foto: Foto: AFP)Asafa Powell, atleta jamaicano, campeão olímpico das olimpíadas do Rio, 2006 (Foto: Foto: AFP)Asafa Powell, atleta jamaicano, campeão olímpico das olimpíadas do Rio, 2006
  População enorme não significa sucesso esportivo 

Ter uma megapopulação ou um Produto Interno Bruto (PIB) de peso não significa sucesso olímpico. O principal caso é o da Índia, que tem o segundo maior número de habitantes (1,35 bilhão de pessoas) e a sexta economia do mundo.

Uma primeira explicação é social, pois uma gigantesca parcela da população infantil está na faixa de desnutrição, o que inviabiliza uma cultura em larga escala de esporte olímpico de alto rendimento. Outro ponto é a Índia tem como esporte nacional o críquete, profundamente enraizado no país, mas que não integra o programa olímpico.

Os maiores destaques olímpicos da Índia vêm de outro esporte herdado dos tempos de colonização britânica. Dos nove ouros da Índia, oito foram conquistados no hóquei sobre a grama masculino. O último deles, contudo, no longínquo ano de 1980, em Moscou.

Jogo de críquete, herança britânica, é o mais popular na Índia, mas não tem espaço nos jogos olímpicos(Foto: Foto: Divulgação )
Foto: Foto: Divulgação Jogo de críquete, herança britânica, é o mais popular na Índia, mas não tem espaço nos jogos olímpicos

No ranking de medalhas divididas pela população atual, a Índia é a lanterna entre os 148 países que já subiram ao pódio. Quem domina tal ranking são os países escandinavos, com três das cinco primeiras colocações. A Finlândia tem a melhor média, seguida de Hungria, Suécia, Bahamas e Dinamarca. O Brasil é o 93º do ranking, os EUA são 38º e a China é a 109ª (em que pese ter participado de apenas 9 Jogos).

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