Sartor foi internacional, ganhou três vezes a UEFA e acaba de ser (outra vez) detido por cultivar 106 plantas de marijuana
“Conhece a frase ‘Alguma coisa está a cheirar mal’? Encaixa na perfeição no que aconteceu em Lesignano Palmia, uma vila nas montanhas de Parma”. É desta forma que a Gazzetta dello Sport começa a notícia que está a marcar o dia em Itália. Por ter uma cara conhecida do futebol transalpino, por trazer uma história com alguns contornos até insólitos. Dez anos depois, Luigi Sartor volta a ter problemas com a justiça. E ficou em prisão domiciliária.
3 times UEFA cup winner Luigi Sartor, who holds the record for winning Uefa cup in two consecutive years with two different teams, has today been arrested while found cultivating 106 marijuana plants in his own greenhouse pic.twitter.com/l10O88sX2n
— Tancredi Palmeri (@tancredipalmeri) February 16, 2021
Antigo internacional italiano, o defesa teve o apogeu na década de 90, quando passou por clubes como Juventus, Vicenza, Inter e Parma, antes de chegar ainda à Roma e terminar a carreira em 2008/09 pelo modesto Ternana, tendo ainda uma passagem pelo MFC Sopron, da Hungria. Ponto curioso: em Turim, em Milão e em Parma nunca ganhou qualquer scudetto mas conquistou em todos eles a Taça UEFA, na altura bem mais complicada tendo em conta o poderio das equipas participantes e o equilíbrio em relação à Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Ainda na Roma, Sartor viu pela primeira vez o seu nome num processo mas onde estava ligado apenas de forma indireta, com alguns meios de comunicação italianos a acusarem Parma e Roma daquilo que na altura era descrito como doping administrativo. Ou seja, considerava-se que os dois clubes tinham inflacionado de forma propositada as compras do defesa e de Sebastiano Siviglia (que fez o caminho inverso) em nove milhões de euros por forma a aumentarem o valor de receitas, algo que já tinha levado os romanos a serem multados. Em dezembro de 2006, quando jogava na Hungria após seis meses de inatividade, foi condenado por agredir dois agentes policiais num jogo fora realizado contra o Piacenza quando representava ainda a equipa do Génova.
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Fue tres veces campeón de la UEFA y lo detuvieron por cultivo de marihuana
Luigi Sartor, ex defensor de Juventus, Roma, Inter y Parma, entre otros, fue hallado in fraganti con más de 100 plantas en una granja abandonada en Italia.https://t.co/qOC6nzjUUA
— TyC Sports (@TyCSports) February 16, 2021
A carreira acabou em 2009, os problemas com a justiça continuaram. E, dois anos depois, numa escala bem maior. Luigi Sartor foi um dos muitos jogadores envolvidos no caso que ficou conhecido em Itália como Calcioscommesse, uma rede de jogos combinados e apostas investigada pelas autoridades depois de uma denúncia do Cremonese, que suspeitava de um dos seus guarda-redes (Marco Paoloni). Giuseppe Signori, Antonio Conte, Cristiano Doni ou Bressan foram alguns dos nomes envolvidos em mais um escândalo que assolou o futebol transalpino e que castigou dezenas de envolvidos em três investigações. Sartor foi suspenso do futebol por cinco anos.
Agora, o antigo internacional volta a ser notícia pelas piores razões e numa história que até na génese foi insólita: depois das suspeitas iniciais de que algo de estranho se passava na quinta abandonada em causa por haver o dobro do consumo de energia, as autoridades montaram câmaras de vigilância na zona para tentar perceber o que se passava e intercetaram o ex-jogador numa ação de rotina, detetando aí um cheiro intenso a marijuana que vinha do veículo. Na revista à quinta foram encontradas 106 plantas de marijuana, equivalentes à produção de dois quilos de droga, com Sartor a ficar em silêncio perante o juiz e a acabar em prisão domiciliária acusado de posse e tráfico de droga, tendo sido ainda detido pelo menos mais um alegado cúmplice no esquema.