Narges Mohammadi, ativista presa no Irã, recebe o Nobel da Paz

A ativista iraniana Narges Mohammadi é o nome do Prêmio Nobel da Paz 2023. O anúncio realizado nesta sexta-feira (6) pelo Comitê Nobel Norueguês laureou a jornalista com o slogan: “Mulher, Vida, Liberdade”. Mohammadi está detida na prisão de Evin, em Teerã, cumprindo pena de 12 anos, sob acusação de vários crimes contra o Estado. 

O Nobel da Paz destacou a luta da jornalista pela liberdade de expressão no país. Narges Mohammadi é ativista pelos direitos humanos, defesa das mulheres e defende a abolição da pena de morte. De acordo com o Comitê, a ativista detida 13 vezes tem condenações que soma 31 anos de prisão. Além de 154 chicotadas. Por isso, destacou a “luta corajosa” da jornalista”.

O Comitê destacou que a luta pelos direitos humanos no Irã trouxe “enormes custos pessoais” para Mohammadi. Narges é casada com o jornalista iraniano, Taghi Rahmani, que está exilado na França com os dois filhos do casal desde 2012.

O Irã vive sob um regime teocrático. Portanto, as mulheres são obrigadas a usar o véu islâmico no país. Mahsa Amini, jovem morta sob custódia policial em 2022, é símbolo de manifestações em todo o país após ser detida por usar o paramento de forma incorreta. 

Desde então, centenas de milhares de pessoas manifestam-se contra o regime sob o slogan “Mulher, Vida, Liberdade”. Assim, para o Comitê, o lema dos manifestantes une-se à luta de Narges Mohammadi. Antes da prisão, a ativista afirmou que a morte de Mahsa Amini gerou uma mudança irreversível no país. Então, agora, a luta é por democracia, liberdade e igualdade.

Ademais, o prêmio será entregue em cerimônia no dia 10 de dezembro, em Oslo.

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