Funcionários dos Correios aprovam continuidade da greve nacional
Funcionários dos Correios de todo o país aprovaram a continuidade da greve deflagrada no último dia 17. Em assembleias virtuais realizadas por diversos sindicatos, os trabalhadores decidiram manter a paralisação para pressionar pela manutenção de cláusulas do acordo coletivo da categoria.
A informação foi divulgada na noite do sábado pela Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), que reúne os sindicatos de São Paulo, Rio, Bauru, Tocantins e Maranhão. Segundo a entidade, a federação representa 50% do efetivo nacional e 60% do fluxo postal nacional.
Na reunião realizada pelo sindicato de São Paulo, 1.812 trabalhadores aprovaram a continuidade da greve, dois se abstiveram e quatro votaram não. O calendário de mobilização para esta semana incluiu "piquetes de esclarecimento" em todas as unidade dos Correios do Estado, carreatas na capital, em Sorocaba, Guarulhos e Alto Tietê, mutirão para doação de sangue no Hospital das Clínicas.
A decisão de manter a paralisação aconteceu depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) definir, em julgamento no plenário virtual, que manteria a suspensão do acordo coletivo dos trabalhadores dos Correios. A votação terminou sexta-feira.
O julgamento referendou uma liminar que já havia sido concedida pelo presidente da Corte, Dias Toffoli, a pedido da direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
Segundo a Findect, a cúpula dos Correios quer a retirada de 70 cláusulas do acordo, que previam direitos como vale alimentação, licença maternidade de 180 dias e auxílio-creche.
Em nota, os Correios afirmam que "têm preservado empregos, salários, e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios dos funcionários".
"A paralisação da maior companhia de logística do Brasil, em meio à pandemia da covid-19, traz prejuízos financeiros não só aos Correios, mas a inúmeros empreendedores brasileiros, além de afetar a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade", diz o texto.
A estatal disse ainda esperar "que os empregados que aderiram ao movimento paredista, cientes de sua responsabilidade para com a população, retornem ao trabalho nesta segunda-feira".