Acordo sobre teto da dívida nos EUA e dados inflacionários no ...
Na volta do feriado que fechou os mercados nos Estados Unidos e no Reino Unido, as expectativas continuam em torno da resolução do conflito para o aumento do teto da dívida norte-americana. O texto deve ser votado amanhã na Câmara dos Representantes. Por aqui, o mercado fica de olho em dados inflacionários e nas contas do Governo Central.
Finalmente a novela do aumento do teto da dívida nos Estados Unidos parece estar chegando ao fim. O presidente americano, o democrata Joe Biden, e o líder da Câmara, Kevin McCarthy, do partido Republicano, selaram um acordo, pelo menos inicial, durante o fim de semana.
Segundo agências internacionais, McCarthy disse que a Câmara votaria o projeto na quarta-feira (31), dando ao Senado tempo para revisá-lo antes do prazo de 5 de junho, data em que a secretária do Tesouro, Janet Yellen, fixou como o limite que o governo dos EUA tem para honrar seus pagamentos. A partir daí, caso não haja um acordo, corre-se o risco de default (ou seja, um "calote").
Os investidores aguardam mais detalhes sobre o acordo, mas a notícia de que uma solução foi encontrada e já deve ser votada nesta semana animou os agentes financeiros. E a expectativa é de aprovação, embora parte dos republicanos (oposição de Biden) seja contra o projeto.
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Embora uma aprovação diminua o risco de calote e de uma perda de confiança, ele também dá ao Fomc (o comitê do Federal Reserve, o banco central norte-americano) um espaço para subir ainda mais os juros, especialmente após dados econômicos mostrarem que a atividade nos EUA segue pujante, o que aumenta as pressões inflacionárias.
Por aqui, os investidores ficam de olho nos dados de inflação. Hoje, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) informou que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de maio mostrou uma queda de 1,84%. O índice, também conhecido como "inflação do aluguel", teve um recuo de 0,95% em abril, após mostrar praticamente uma estabilidade em março, com avanço de 0,05%.
Com o arrefecimento de mais esse indicador inflacionário, há quem acredite que há mais espaço para pressionar o Banco Central por uma queda da Selic em um prazo menor do que o esperado.
Outro assunto que o mercado fica de olho hoje é a divulgação, por parte da Secretaria do Tesouro Naciona, do Resultado Primário do Governo Central - que reúne as contas do Tesouro, da Previdência Social e do Banco Central - de abril. A expectativa é que haja um superávit após o déficit primário de R$ 7,1 bilhões em março.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) publica, às 8h, a Sondagem Conjuntural do Setor de Comércio de maio. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) caiu 3,3 pontos em abril, para 83,6 pontos. Em médias móveis trimestrais houve alta de 0,3 ponto.
Em parceria com o Banco Central, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) divulga, às 8h, a Sondagem Conjuntural do Setor de Serviços de maio. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) avançou pelo segundo mês seguido, desta vez a alta foi de 0,7 ponto em abril, para 92,4 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice subiu 1,0 ponto.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) informa, às 8h, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de maio. O índice caiu 0,95% em abril, após variar 0,05% no mês anterior. Com este resultado, o índice acumula taxa de -0,75% no ano e de -2,17% em 12 meses. Em abril de 2022, o índice havia subido 1,41% e acumulava alta de 14,66% em 12 meses. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 1,45% em abril, após queda de 0,12% em março. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,46% em abril. Em março o índice variara 0,66%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,23% em abril, ante 0,18% em março.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anuncia, às 9h, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação de abril. Em março de 2023, os preços da indústria variaram -0,66% frente a fevereiro. Nessa comparação, 12 das 24 atividades industriais tiveram queda de preços. O acumulado no ano foi a -0,66%. O acumulado em 12 meses ficou em -2,32% %. Em março de 2022, o IPP havia sido 3,12%.
O Banco Central comunica, às 9h30, a Nota à Imprensa de Política Monetária e Operações de Crédito de abril. Em março, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$ 15,0 trilhões (147,6% do PIB), crescendo 0,5% no mês. Esse crescimento foi contrabalanceado pela redução dos empréstimos da dívida externa, 1,9%, impactados pela apreciação cambial de 2,5%.
A Secretaria do Tesouro Nacional publica, às 14h30, o Resultado Primário do Governo Central - que reúne as contas do Tesouro, da Previdência Social e do Banco Central - de abril. O governo central registrou déficit primário de R$ 7,1 bilhões em março. Com isso, no acumulado de 12 meses, o governo central teve superávit de R$ 36,5 bilhões.
Lá fora, o Conference Board revela, às 11h (de Brasília), o índice de confiança do consumidor dos EUA de maio. A leitura anterior foi de 101,3 e a expectativa é de 99.
O Federal Reserve (Fed) de Dallas publica, às 11h30 (de Brasília), seu índice de manufatura de maio. Em abril, o índice foi de -23,4. O presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, participa de evento às 14h (de Brasília).
O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão mostra, às 20h50 (de Brasília), o dado de vendas no varejo de abril. A leitura anterior foi de alta de 7,2% na comparação anual e aumento de 0,4% na margem, com expectativas de +7% e +0,7%, respectivamente.
O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão noticia, às 20h50 (de Brasília), a prévia do dado de produção industrial de abril. A leitura anterior foi de baixa de 0,6% na base anual e alta de 1,1% na margem, com estimativas de -1,4% e +1,5%, respectivamente.
O Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, sigla em inglês) da China divulga, às 22h30 (de Brasília), os índices de gerentes de compras (PMI) industrial, de serviços e composto de maio. Em abril, o índice de atividade industrial estava em 49,2, o não-manufatureiro (serviços), em 56,4 e o composto, 54,4. Estimativas de 49,4, 55 e 54,2, respectivamente.
- Comida de estádio não precisa se resumir a cachorro-quente, pastel e batata frita. Já tradicionais em países da Europa, os restaurantes de alta gastronomia em arenas de futebol começam a ganhar espaço também no Brasil. A Gourmet Sport Hospitality (GSH), empresa de ‘catering’ (fornecimento de refeições) e hospitalidade que atua no Allianz Parque, do Palmeiras, amplia a aposta com operações na recém-construída Arena MRV, do Atlético Mineiro. Na nova arena, a GSH abrirá dois restaurantes, previstos para o primeiro semestre do ano que vem, que ficarão disponíveis ao público no dia a dia, mas fecharão quando houver partida ou shows, virando um serviço de camarote.
- A siderúrgica Gerdau vai doar 330 toneladas de aço para o festival de música The Town, que acontece em setembro em São Paulo, no Autódromo de Interlagos. É a segunda vez que a companhia apoia um evento do tipo. No ano passado, doou 200 toneladas de aço para o Rock in Rio. Os dois festivais são organizados pelo empresário Roberto Medina. “É uma continuação desse processo”, afirma Pedro Pinto, diretor de comunicação da Gerdau.
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