Coreia do Norte faz mais de 200 disparos de artilharia perto da ...

Coreia do Norte diz que Coreia do Sul é inimiga e faz disparos de artilharia em área disputada

A disputa pela fronteira marítima que separa as duas Coreias vem se arrastando desde 1953. Naquele ano, as Coreias assinaram um cessar-fogo.

Os dois países nunca mais se enfrentaram com armas, mas, oficialmente, a guerra continua. Em 2018, o então presidente da Coreia do Sul se encontrou com o ditador norte-coreano na fronteira, em um ato que marcou a esperança por um acordo de paz.

Especialistas alertam para uma guinada no discurso da Coreia do Norte. Em dezembro, o ditador Kim Jong-un disse que a reunificação pacífica da península coreana é impossível. Ele chamou a Coreia do Sul de inimiga e anunciou que as negociações com os sul-coreanos deixarão de ser conduzidas por agências especiais, passarão para as mãos do Ministério das Relações Exteriores, como qualquer outro país.

As duas Coreias sempre afirmaram serem as legítimas representantes de todo o povo coreano. Por isso, mesmo com as hostilidades, as declarações do norte e do sul eram sempre no sentido da reunificação.

O professor Oliver Stuenkel, da Fundação Getulio Vargas, diz que o discurso e as atitudes de Kim Jong-un não são mais de reconciliação e unificação, e que isso está aumentando a tensão a níveis sem precedentes.

"Mas agora, claramente, existe aí uma disposição maior por parte da Coreia do Norte de tratar a Coreia do Sul formalmente como um país adversário, como um outro país, como inimigo, que a princípio também pode facilitar a justificativa para lá na frente, possivelmente, usar armas nucleares, por exemplo, um tema que Kim Jong-un menciona com frequência", diz o professor.

As manobras acontecem exatamente antes das eleições parlamentares na Coreia do Sul, em abril, e das eleições presidenciais americanas, em novembro. Analistas avaliam que o medo de uma escalada nuclear poderia influenciar o resultado das urnas, especialmente nos Estados Unidos.

O governo americano é aliado da Coreia do Sul e vem fazendo exercícios militares no norte de Seul.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês pediu que as Coreias mantenham a calma, tenham moderação e evitem ações que agravem a tensão.

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