Documento do Ministério da Saúde lista portarias para revogaço da saúde mental
As 99 portarias sobre saúde mental que o Ministério da Saúde pretende revogar constam de um documento de 42 páginas criado em 4 de novembro pela Coordenação de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas da pasta.
Segundo as propriedades do arquivo, a autora do documento é Maria Dilma Alves Teodoro, coordenadora deste setor no ministério.
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A lista tem sido defendida pelo ministério junto a autoridades estaduais e municipais, e deve ser analisada no próximo dia 19 pela Comissão Intergestores Tripartite, colegiado vinculado à direção do SUS e formado por representantes do ministério, secretários estaduais e municipais de Saúde.
Neste domingo, a coluna mostrou que o governo Bolsonaro prepara um revogaço de cerca de cem portarias sobre saúde mental, editadas entre 1991 e 2014, ameaçando diversos programas da área.
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Estão em risco, por exemplo, o Serviço Residencial Terapêutico, as equipes de Consultório na Rua e a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
O Ministério da Saúde segue sem responder.
(Atualização às 18h30 de 7 de dezembro de 2020: Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que criou um grupo de trabalho para "analisar, discutir, aprimorar, revogar e criar novos instrumentos para a garantia do cumprimento da Nova Política Nacional de Saúde Mental", com o Ministério da Cidadania, associações e conselhos de medicina. A pasta afirma que "muitas portarias” sobre saúde mental estão "obsoletas". O ministério também declarou que discute a transferência da Residências Terapêuticas para a Cidadania, e que "não há sugestão de fechamento dos Centros de Atenção Psicossocial e dos Consultórios de Rua", embora esses serviços estão citados no documento que prepara o revogaço, obtido pela coluna.)
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(Por Eduardo Barretto)
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