Belo diz que foi contratado por R$ 65 mil para fazer show no Complexo da Maré
O cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, foi contratado por R$ 65 mil para fazer um show na madrugada do último sábado no Parque União, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. Em depoimento na Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), ao qual o EXTRA teve acesso, o artista afirmou que só ficou com metade do valor pago. Belo foi preso na quarta-feira. Na madrugada de quinta-feira, o desembargador Milton Fernandes de Souza aceitou o pedido de habeas corpus feito pela defesa do cantor.
A defesa de Belo anexou a nota fiscal do show no pedido de habeas corpus. De acordo com o documento, a empresa responsável por contratar Belo foi a Leleco produções, cujo representante legal é Leonardo Ribeiro de Paiva.
Show na Maré: Polícia Civil diz que invasão de colégio foi motivo principal para pedir prisão do cantor
Na nota, consta que a empresa contratada para o evento foi a Belo Music Empreendimentos artísticos. Ainda em seu depoimento, Belo afirmou que sempre que realiza shows, a empresa que leva seu nome é que intermedia a relação entre ele e os contratantes.
O cantor alegou que os sócios da empresa são José Alfredo da Silva Santana e Ronaldo de Carvalho Menino. Segundo Belo, quem toma as decisões da empresa é Alfredo. O artista alegou que sequer sabe os locais onde fará seus shows e que apenas se encaminha aos locais pré-determinados.
Tráfico: bandido que teria ligação com show de Belo chefia favela na Maré há mais de 10 anos e nunca foi preso
Belo também disse que na madrugada de sábado não sabia que o show seria realizado em uma escola estadual. Ele alega que no caminho reparou que parecia estar na Avenida Brasil e chegou a comentar que parecia se tratar de comunidade. O artista alegou que por ser de São Paulo tem dificuldades de identificar quando está em comunidade ou não. Belo alegou ainda desceu da van e como não tinha camarim, praticamente subiu logo no palco.
Belo: 'Cantar e fazer música é crime?'
Além de Belo, foram presos Celio Caetano e Joaquim Henrique Marques Oliveira, sócios da empresa Série Gold Som e Iluminação, que segundo a policia foi responsável pela organização da apresentação do artista.
Os três, bem como o endereço da firma, foram alvo de mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça, que determinou também a suspensão das atividades da empresa e o bloqueio das contas pessoais de todos os envolvidos. Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, chefe do tráfico no Parque União, também teve a prisão decretada, mas permanece foragido.
Leonardo Ribeiro de Paiva e a Leleco Produções não foram alvo das investigações da polícia.