Privatizações de Cemig e Copasa entram na pauta da ALMG com ...
A partir de fevereiro, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) enfrentará um desafio significativo: a análise dos projetos de privatização da Cemig e da Copasa, consideradas as principais pautas do governo Zema para o início de 2024.
Após 40 dias de recesso parlamentar, os deputados estaduais mineiros retornarão às atividades no dia 1º de fevereiro, com as privatizações dessas duas importantes estatais como foco central dos debates.
O governo Zema afirma que as propostas estão maduras para votação. O vice-governador Mateus Simões, do Partido Novo, classifica o processo como ‘modernização’. ‘Nesse momento bom de relação com a assembleia, com uma base forte e presente, estamos maduros, finalmente, para iniciar essas discussões’, declarou Simões.
Críticas à Cemig e expectativas para a Copasa
Desde que assumiu, o governo Zema tem feito críticas frequentes à Cemig. O governador declarou por diversas vezes que a falta de modernização em linhas da empresa tem freado o desenvolvimento do agronegócio mineiro, um dos pilares da economia do estado.
Zema chegou a criticar a empresa publicamente, inclusive ao lado do presidente Lula (PT) e do ministro Alexandre Silveira (PSD), responsável pelo setor energético no país.
No caso da Copasa, o governo aposta na falta de popularidade da empresa entre os mineiros. Contas abusivas, interrupções no abastecimento e água de má qualidade são reclamações frequentes entre os clientes, inclusive em audiências públicas na Assembleia.
Oposição contesta privatizações
A oposição na Assembleia discorda da avaliação do governo Zema. Os parlamentares acreditam que a solução é investir nas estatais e não entregá-las à iniciativa privada. Deputados já afirmaram que a falta de aportes nas empresas é uma estratégia da gestão Zema para que fiquem sucateadas e gerem insatisfação entre os mineiros.
O líder da oposição, deputado Ulisses Gomes (PT), critica duramente as intenções do governo: ‘Vender a água e energia elétrica, patrimônio do nosso estado, é sem dúvida nenhuma um grave retrocesso para Minas Gerais. Ao transformar estes dois bens públicos essenciais em mercadorias, o Zema coloca, mais uma vez, o governo do estado a serviço dos interesses privados, ignorando as necessidades da nossa população’.
O projeto mais otimista do governo é aprovar as privatizações neste primeiro semestre e leiloar a Cemig e a Copasa já no segundo semestre de 2024.
‘ALMG fará análise criteriosa’, diz Tadeu Leite
Apesar de ter boa relação com o governo Zema, o presidente da Assembleia, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), já marcou posição e disse que o tempo do governador não será o tempo da Assembleia.
'É legítimo e natural que o governo do estado encaminhe os projetos que eles têm interesse em tramitar, da mesma forma que também é normal e legítimo que o tempo de discussão, tramitação e construção de todos os projetos cabe à mesa diretora, cabe à presidência também dar sequência’, afirmou Leite.