Maiores eventos pró e contra Bolsonaro ocorrerão em cidades diferentes
A proibição do uso da avenida Paulista simultaneamente por grupos pró e contra Bolsonaro, articulada pelo Ministério Público de São Paulo e confirmada em decisão da justiça paulista nesta sexta (19), acabou sendo determinante para que os principais atos em defesa do presidente e a favor do impeachment ocorram em cidades diferentes neste domingo (21).
A principal manifestação a favor do impeachment do presidente deverá ocorrer domingo pela manhã, em Brasília. Já o ato em defesa de Bolsonaro está programado para São Paulo, no mesmo dia, no período da tarde.
Os grupos de direita Deus, Pátria e Família, Patriotas do Brasil e Damas de Aço participaram de uma reunião virtual com o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), a Frente Povo Sem Medo e o Movimento Somos Democracia. Os grupos antagônicos aceitaram a proposta do Ministério Público de uso revezado da avenida Paulista, hoje ratificada em decisão judicial.
A divisão territorial ocorre após conflito entre grupos antagônicos ocorrido na Paulista, no dia 31 de maio, que terminou após intervenção policial para evitar que a violência entre os grupos se agravasse.
Ato da direita acontece em São PauloO principal ato dos defensores do presidente divulgado nas redes sociais está marcado para domingo (21), em São Paulo, na avenida Paulista, e terá dois pontos de concentração diferentes, na Fiesp, e no edifício Gazeta. A manifestação deve começar às 13h.
No entanto, o evento não está sendo divulgado por alguns grupos. A página da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), por exemplo, uma das maiores divulgadoras de atos pró-Bolsonaro, não mencionava as manifestações até o fechamento desta reportagem.
No domingo passado, o protesto bolsonarista ocorreu no Viaduto do Chá e reuniu cerca de 100 pessoas. Os grupos traziam faixas que foram apreendidas pela PM, por estarem fora de especificações de segurança para protestos.
Torcidas pedem impeachmentO principal ato de oposição, previsto para ocorrer em Brasília, também no domingo, é liderado pelo movimento Somos Democracia, fundado por membros de torcidas organizadas. A proposta do grupo é que torcedores de diferentes clubes brasileiros e de diferentes estados se reúnam na capital do País, em frente à Biblioteca Nacional, às 9h.
Está previsto que ônibus com apenas metade dos lugares disponíveis levem torcedores de diferentes partes do Brasil à capital federal.
Segundo reportagem do UOL, o grupo ficará em Brasília até segunda-feira para entregar uma carta ao presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) para que dê andamento em um dos 48 pedidos de impeachment do presidente Bolsonaro que foram protocolados na casa.
Apoio de frentes e partidos de esquerdaO protesto dos torcedores tem o apoio do MTST e da Frente Povo Sem Medo, que participaram dos atos de oposição realizados com os torcedores na avenida Paulista, dia 14, e no Largo da Batata, no dia 7.
Os dois movimentos são ligados ao ex-candidato a presidente pelo Psol, Guilherme Boulos, que apoia a manifestação.
O protesto em Brasília também é apoiado pelo partido Unidade Popular, cuja criação foi homologada em dezembro de 2019.
Uso de máscaras e distanciamentoTanto o MTST quanto a Frente Povo Sem Medo e a Unidade Popular não estão estimulando a ida de caravanas a Brasília. Contudo, recomendam a seus militantes do Distrito Federal que usem máscaras, procurem manter o distanciamento social e evitem a manifestação caso integrem grupo de risco ou tenham familiares em grupos de risco.
PCO mantém protesto na PaulistaO Partido da Causa Operária, que no dia 14 divergiu das demais frentes de esquerda e não participou do ato no Largo da Batata, manteve sua concentração marcada para a praça do Ciclista (avenida Paulista com rua da Consolação), no domingo (21), às 14h. O protesto do grupo, que discorda da "divisão da Paulista", recebeu o apoio do deputado Vicentinho (PT-SP).