Quaresma: «Mundo de hoje necessita de interioridade, cada vez ...
Superior-geral dos Missionários da Boa Nova protagoniza itinerário de reflexão, inspirado na sua «Mística do Arado»
Lisboa, 17 fev 2024 (Ecclesia) – O superior-geral dos Missionários da Boa Nova, padre Adelino Ascenso, considera que o mundo contemporâneo tem necessidade de “interioridade”, para o encontro com Deus e com os outros.
“O mundo de hoje necessita de interioridade, cada vez mais interioridade. Entrarmos nas nossas salas secretas, no nosso coração, para podermos sentir o pulsar do coração do outro”, refere o autor da obra ‘A Mística do Arado’, que inspira um itinerário de seis semanas para acompanhar online e no programa ECCLESIA, na Antena 1 (06h00), a cada domingo da Quaresma.
Convidado a refletir sobre as suas viagens pelos vários continentes, o entrevistado sublinha que elas “só fazem sentido se estiverem diretamente ligadas a uma viagem interior”.
“O nosso exercício quaresmal tem de passar um pouco por aí, despirmo-nos daquilo que é supérfluo, irmos ao essencial; descobrir e colocar para fora de nós mesmos, do nosso coração, aquilo que é essencial e que está lá dentro”, recomenda.
O padre Adelino Ascenso considera que todos os seres humanos são “buscadores, esfomeados do infinito”.
“O que está na nossa essência é precisamente a peregrinação. Somos peregrinos, somos peregrinos da vida”, precisa, sustentando que a meta “tem de ser o caminho em si, o caminhar”.
Para o superior-geral dos Missionários da Boa Nova, um cristão tem de ser “um buscador”,
“Nós, cristãos, podemos estar tão cheios, tão cheios de Deus, que nem Deus entra na nossa vida. Já não temos lugar para Ele”, adverte.
O responsável defende uma Igreja disposta a ir ao encontro das “periferias” humanas do mundo contemporâneo, observando que uma comunidade autorreferencial “acaba por morrer, definhar”.
A conversa, divulgada semanalmente, deixa uma recomendação para a preparação da Páscoa 2024.
“Durante esta semana, que as pessoas, cada um, se concentre no seu interior, sem cair na armadilha da autorreferencialidade, mas entrando nas suas salas secretas, e descobrirá que há tesouros, há pérolas; que debaixo do cascalho, debaixo das teias da aranha, debaixo da poeira que se foi aglomerando, há pérolas e há, de facto, luzes, há a centelha divina”, conclui o padre Adelino Ascenso.
OC