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Autor de vídeo que registrou militares da Marinha sequestrando policial é intimado a depor

Autor de vídeo que registrou militares da Marinha sequestrando policial é intimado a depor
O autor de uma gravação que mostra o momento em que o policial civil Renato Couto sofre uma emboscada e é colocado à força em uma van da Marinha foi intimado a...

O autor de uma gravação que mostra o momento em que o policial civil Renato Couto sofre uma emboscada e é colocado à força em uma van da Marinha foi intimado a depor pela 18ª DP (Praça da Bandeira), que investiga o assassinato do papilocopista. O vídeo, revelado com exclusividade pelo GLOBO, traz detalhes da ação do primeiro-sargento Bruno Santos de Lima — e do pai dele, o empresário Lourival Ferreira de Lima — e dos também militares Manoel Vitor Silva Soares e Daris Fidelis Motta, todos presos pelo homicídio triplamente qualificado do agente, bem como pelo crime de ocultação de cadáver.

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Nas imagens, registradas à distância, pelo menos três homens aparecem imobilizando uma quarta pessoa que, em dado momento, parece estar sendo agredida. Em outro trecho, a vítima recebe uma espécie de chave de braço, o que condiz com o conteúdo dos depoimentos prestados à Polícia Civil. Mais à frente, o vídeo, de pouco menos de dois minutos, mostra todo o grupo entrando no carro e deixando o local rapidamente.

O vídeo foi gravado na tarde da última sexta-feira, em uma calçada na Praça da Bandeira, na Zona Norte. O ponto em que ocorre a abordagem é movimentado, e tanto carros quanto pedestres surgem passando perto do local. Três dias depois, na segunda-feira, o corpo de Renato foi encontrado às margens do Rio Guandu, na altura de Japeri, na Baixada Fluminense, para onde foi levado na van da Marinha.

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Na delegacia, o terceiro-sargento Manoel Vitor Silva Soares, que trabalha no Setor de Manutenção da oficina do 1º Distrito Naval, disse que, por volta de 13h30 da última sexta-feira, dia 13, Bruno solicitou que ele o levasse de viatura até o ferro-velho, o que acontecia com “regularidade”. Ao chegarem ao estabelecimento, Bruno, usando um colete balístico, teria descido da van de maneira “brusca”, sendo seguido por Daris. Ele contou ter permanecido no banco do motorista do carro, com campo de visão reduzido por causa de uma pilastra.

Na Praça da Bandeira: Polícia Civil interdita ferro-velho onde perito foi baleado e sequestrado por militares da Marinha

Manoel alegou só ter percebido a agressão praticada pelos colegas mediante o “alvoroço” causado no ponto de ônibus em frente, onde pessoas começaram a gritar. O militar então diz ter descido da viatura e ouvido a vítima dizer: “Colé, coroa. Sou colega”, identificando-se como policial, enquanto era cercado por Bruno, Daris e Lourival. Ele disse ter percebido que, além do perito e de Bruno, o pai dele também portava uma arma de fogo — nesse caso, um revólver calibre 38 oxidado.

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Naquele momento, segundo Manoel, ele decidiu que chamaria a polícia, mas foi repreendido por alguns dos homens, que gritou: “Chamar a polícia é o c..., quis dar bote no ferro-velho dos outros”. Em seguida, o sargento contou ter ouvido um disparo, que pode ter sido dado por Bruno ou Renato, que bateu no chão e atingiu a perna do policial civil. O militar disse ter sugerido levá-lo a um hospital e, com esse intuito, ajudou a colocá-lo dentro da van.

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O terceiro-sargento diz ter assumido a direção e ter sido ordenado por Bruno a “seguir em frente”. Renato, que estava no chão do carro, sangrava bastante. Ao passarem pela Linha Vermelha, Bruno jogou o celular da vítima na Baía de Guanabara, na altura da Favela da Maré. Até chegar à Rodovia Washington Luis, o motorista contou ter dirigido “morosamente” a fim de encontrar uma viatura policial e comunicar o ocorrido.

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No depoimento, Manoel relatou que Bruno mantinha uma arma empunhada em sua direção, o que o fez “temer pela própria vida”. No Arco Metropolitano, ele teria sido obrigado a encostar a viatura próximo a mureta, abrir o capô, ligar o alerta e simular um enguiço. Bruno com o auxílio de Daris teria jogado então o corpo de Renato nas águas do Rio Guandu. Ao retornarem ao 1º Distrito Naval, na Praça Mauá, Manoel pediu a Bruno que assumisse a direção por não ter mais “condições psicológicas” de dirigir. No trajeto, ele ainda diz ter ouvido os colegas dizerem que iriam “ganhar um dinheiro” com a pistola do policial civil.

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