Ozempic na rede pública do Rio: perguntas e respostas sobre uso ...
Eduardo Paes retomou, em seu discurso de posse na prefeitura do Rio, a promessa de que irá implementar o uso da semaglutida (princípio ativo do Ozempic), remédio contra diabetes tipo 2, na rede pública de saúde. Foi informado que um grupo de trabalho será criado para analisar como a medida pode ser viabilizada. Nesta quarta (1), o decreto publicado em Diário Oficial informou que o relatório ficará pronto em 90 dias.
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O grupo de trabalho, que envolve as Secretarias municipais de Fazenda e Saúde, além da Procuradoria Geral do Município, com coordenação da pasta de Saúde, irá também detalhar uma proposta com as definições das ações necessárias para a implementação do tratamento com o medicamento nas clínicas da família.
A secretaria de saúde do Rio afirma que o uso do medicamento não é para fins estéticos, e sim para o tratamento contra a obesidade. Em 2024, em entrevista à personagem Ema Jurema, do Jornal Extra, Eduardo Paes anunciou pela primeira vez que a rede municipal adotaria a substância em programas das Clínicas da Família. Veja abaixo perguntas e respostas sobre este projeto.
Quanto tempo levará até a rede pública distribuir os medicamentos?
Em janeiro de 2026, a patente do Ozempic se encerrará e outras fabricantes poderão fabricar o medicamento sem pagar os direitos da patente. Daniel Soranz, secretário municipal de saúde, ressalta que no Brasil já há fábricas se preparando para essa produção e que o município já está em negociação com quatro laboratórios, incluindo o Novo Nordisk, produtor do Ozempic atualmente.
Qual é a diferença entre Ozempic e semaglutida?
Semaglutida é o princípio ativo e Ozempic é o nome do remédio usado para tratar diabetes tipo 2. Este princípio ativo do medicamento simula a ação do GLP-1, hormônio produzido no intestino, e regula a glicemia (nível de açúcar no sangue) e o apetite.
Quem terá acesso ao programa de tratamentos contra a obesidade nas Clínicas da Família?
No decreto publicado nesta quarta-feira em Diário Oficial, o prefeito pontua a “importância de garantir o acesso equânime” a esse tipo de tratamento “para todos os cidadãos do Rio”, especialmente aqueles em vulnerabilidade social. Paes enfatiza que, além disso, só terão acesso ao medicamento pacientes com recomendação médica para o tratamento.
Quantos medicamentos serão distribuídos e qual a periodicidade?
A expectativa é que 3 mil doses já estejam disponíveis a partir de janeiro de 2026 no programa de tratamento de combate à obesidade nas Clínicas da Família, após processo de compra por licitação. A distribuição tem previsão de ser mensal.
Quais as consequências da queda da patente do Ozempic?
A partir da expiração da patente, laboratórios poderão comercializar medicamentos genéricos ou similares.
Caso o paciente use o medicamento sem orientação médica regular, o que pode acontecer?
Como o medicamento diminui o apetite e dá a sensação de saciedade, ele precisa estar inserido em um tratamento orientado. Se alguém decide tomar por conta própria, ela pode ter um reganho de peso quando interromper o uso das canetas.
Há efeitos colaterais?
Sim, sobretudo no sistema gastrointestinal. Náusea e vômito estão entre os mais comuns. Mas é possível que existam outros, a depender de cada organismo: dor de cabeça, sensação de fraqueza e cansaço, dor de cabeça, constipação, diarreia, entre outros. A bula das canetas alerta ainda para um efeito colateral grave, mas incomum: a pancreatite. Segundo o documento, pode afetar até 1% dos usuários.