Conheça a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, esposa de Zelensky
“O inimigo me fez o alvo número um, e minha família, o alvo número dois”, disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na quinta-feira (24/2). Ao declarar que ele e familiares estão na mira do chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, há quem tenha se perguntado sobre o nome da esposa e dos filhos do comandante da nação invadida por tropas militares russas. A primeira-dama em questão é Olena Zelenska, de 44 anos.
Fluente em língua inglesa, Olena começou a estudar arquitetura na Universidade Nacional de Kryvyi Rih, entretanto, deixou o curso para se tornar escritora. A mudança de graduação fez com que os rumos de sua vida mudassem por completo. Afinal, foi na instituição de ensino em que ela se reencontrou com o futuro marido, Zelensky. Eles chegaram a dividir a mesma classe escolar. Tendo o diploma nas mãos, a ucraniana fundou em sociedade a produtora Studio Kvartal 95.
O casal Olena Zelenska e Volodymyr ZelenskyPresidency of Ukraine/Handout/Anadolu Agency via Getty Images
Olena Zelenska é a primeira-dama da UcrâniaBen Gabbe/Getty Images for Fashion 4 Development
Vista de Olena à Turquia em 2020Mustafa Kamaci/Anadolu Agency via Getty Images
O casal está no epicentro de uma guerraVolodymyr Tarasov / Barcroft Media via Getty Images
Ela criou iniciativas em prol de mulheres e crianças Hennadii Minchenko/ Ukrinform/Barcroft Media via Getty Images
Antes de conquistar o título de primeira-dama, ela chegou a criar o roteiro de programas transmitidos em emissoras do país. Olena e Zelensky se casaram em 2003. Do matrimônio, tiveram dois filhos, Aleksandra, de 17 anos, e Kiril, de 9. Assim como o marido, a escritora também nasceu na cidade Kryvyi Rih. Quando o comediante deu indícios de que iria concorrer à presidência da Ucrânia, Olena se opôs “agressivamente”, mas seguiu firme ao lado dele durante a campanha política, conforme publicou a revista Vanity Fair.
Com a ascensão do esposo ao posto de presidente da Ucrânia em 2019, Olena protagonizou até a capa da Vogue. Na entrevista, ela explicou a principal vantagem de dispor do status de primeira-dama:
“A cônjuge do presidente tem a oportunidade de se comunicar com aqueles que estão próximos ou no poder. As portas dos políticos não se fecham diante da primeira-dama. Não sou política, e não tenho o direito de interferir no trabalho do presidente, mas de me tornar uma intermediária entre as pessoas e os parlamentares, para que esses ouçam os primeiros, posso e estou realmente disposto a fazê-lo.”
A Vogue definiu Olena Zelenska como “heroína”. Em um comunicado lançado sobre a edição, publicada em dezembro de 2019, a revista escreveu: “A primeira-dama vê sua missão mais do que simplesmente acompanhar o marido em visitas oficiais e conversar com cônjuges de líderes mundiais. Ela sente que pode ajudar os necessitados, principalmente pessoas com deficiência e mulheres que sofrem de violência doméstica”.
De comediante a presidente da Ucrânia: conheça a história de Zelensky
Mesmo se opondo a candidatura de Zelensky, quando ele venceu a eleição presidencial, Olena abraçou o papel de primeira-dama da Ucrânia. Ela desenvolveu iniciativas a fim de reformar programas de nutrição infantil nas escolas. De acordo com o Congresso da Mulher Ucraniana, a roteirista desempenhou projetos fundamentais voltados às áreas de segurança de gênero e diplomacia cultural. Segundo a revista Tatler, a esposa do presidente adquiriu popularidade entre a população pelo trabalho desempenhado com afinco e se transformou em uma das mulheres mais influentes da Ucrânia.
Na entrevista à Vogue, Olena chegou a fazer uma confissão durante a sessão de fotos: “Sou uma pessoa não pública. Mas as novas realidades [como ser primeira-dama] exigem suas próprias regras, e estou tentando cumpri-las”. Mesmo com o status político, ela continua a conciliar os deveres diplomáticos e sociais com os trabalho da produtora Studio Kvartal 95.
“Prefiro estar nos bastidores. Meu marido está sempre na vanguarda”, disse Olena Zelenska à revista Vogue, em 2019. Mal sabia ela o que estava por vir.
Guerra em cursoNa quinta-feira (24/2), a Ucrânia foi invadida por tropas militares russas a mando do presidente Vladimir Putin. Embora prefira se manter longe dos holofotes, a primeira-dama usou as mídias sociais para falar a respeito do país que vive uma guerra. O paradeiro dela, de Zelensky e dos filhos continua em segredo, já que estão ameaçados de morte.
Na sexta-feira (25/2), Olena fez uma publicação comovente no perfil do Instagram em que coleciona mais de 1,9 milhões de seguidores. No post, a roteirista usou a imagem de uma bandeira da nação que representa. Ela agradeceu aos ucranianos pela garra em defender o país de origem ou do coração. Ao fim da mensagem, a primeira-dama disse amar os compatriotas.
Ucranianos, meu querido povo! Hoje, vejo todos vocês: todos que vejo na televisão, nas ruas e na internet. Eu vejo seus posts e vídeos. E sabe de uma coisa? Vocês são incríveis. Sinto orgulho de viver e compartilhar de um país com vocês. Costuma-se dizer que “muitas pessoas fazem uma multidão”. Isso se refere a nós, porque muitos ucranianos não são apenas uma multidão. Este é um verdadeiro exército! Então, hoje, não vou sucumbir ao pânico e às lágrimas. Ficarei calma e me sentirei segura. Eu amo vocês! Eu amo a Ucrânia
Olena Zelenska
Dois dias depois da primeira publicação, Olena voltou a se manifestar a respeito do conflito armado na rede social. Para o post, ela utilizou a fotografia de uma criança recém-nascida envolta em cobertores. Vale ressaltar que mais de 200 ucranianos morreram na guerra, incluindo crianças, conforme divulgou a BBC. Escolas, creches e orfanatos estão entre os alvos das forças militares russas.
Este bebê nasceu no abrigo antiaéreo de Kiev. Isso teria que ter acontecido em circunstâncias completamente diferentes, sob céus pacíficos. Isso é o que as crianças devem ver. Mas o mais importante é que com ela havia médicos e pessoas que cuidavam dela e de sua mãe, apesar da guerra. Ela será protegida e defendida. Vocês são incríveis, queridos compatriotas. Nós somos o exército, o exército somos nós. E as crianças nascidas em abrigos antibombas viverão em um país pacífico que se defendeu
Olena Zelenska, primeira-dama da Ucrânia
No epicentro de uma guerra e alvo número um do presidente da Rússia, Vladimir Putin, o chefe de Estado ucraniano negou a ajuda dos Estados Unidos para retirá-lo de Kiev, capital do país europeu. A informação foi divulgada pelo jornal The Washington Post. A medida de resgate teria como objetivo evitar que ele morra por militares russos. Não foi apenas o líder da nação ucraniana a recusar a ser salvo pela operação norte-americana. Olena optou por ficar com o marido e compatriotas, conforme revelaram agências de notícias.
Situação na UcrâniaMesmo com as movimentações político-diplomáticas para chegar a um cessar-fogo, as forças militares russas continuam a bombardear cada vez mais a Ucrânia. De acordo com informações de agências internacionais de notícias, tanques cercaram Kiev, capital e coração do poder do país europeu. Em vídeos postados no Twitter, o presidente Volodymyr Zelensky se encontrava na cidade. “Estamos aqui”, postou o líder.
A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito Agustavop/ Getty Images
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho e evitar avanços de possíveis adversários nesse localPawel.gaul/ Getty Images
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
O presidente russo, Vladimir PutinAndre Borges/Esp. Metrópoles
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do paísPoca/Getty Images
A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiroKutay Tanir/Getty Images
Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta OTAN/Divulgação
Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por territórioAFP
Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu territórioElena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do EstadoWill & Deni McIntyre/ Getty Images
Segundo especialistas, o conflito teria potencial para impactar economicamente o mundo inteiro. Os países da Europa Ocidental, por exemplo, temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários delesVostok/ Getty Images
Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo Vinícius Schmidt/Metrópoles
Vale frisar que a Rússia e a Ucrânia vivem um conflito desde quinta-feira (24/3) por causa da possível adesão do país europeu à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Dessa forma, o presidente russo vê a entrada da nação vizinha na organização como uma ameaça à própria segurança. Até então, várias cidades já foram bombardeadas por ordem de Vladimir Putin. Nessa segunda-feira (28/2), a primeira reunião entre representantes dos dois países envolvidos no embate terminou sem um acordo.
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