Topics quentes fechar

Presidentes do Senado e do STF atuam para manter Mandetta no cargo

Presidentes do Senado e do STF atuam para manter Mandetta no cargo
Davi Alcolumbre alerta governo que demissão do ministro vai prejudicar relação com Congresso

BRASÍLIA —  Os presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli entraram no circuito para tentar impedir a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Alcolumbre ligou para o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) dizendo que, caso a demissão fosse concretizada, a relação do governo com o Parlamento "ficaria muito difícil". Mais cedo, o GLOBO revelou que o presidente Jair Bolsonaro decidiu exonerar o ministro da Saúde. No entanto, após reunião no Palácio do Planalto com o presidente e ter as gavetas limpas no ministério, Mandetta anunciou que fica no cargo.

Analítico: Bolsonaro terá alguém para culpar pelos problemas do coronavírus enquanto Mandetta ficar

Alcolumbre também disse ao ministro da Secretaria de Governo não haver justificativa para a saída do ministro e que qualquer movimento nesse sentido obrigaria os chefes do Legislativo a se posicionarem publicamente contra a decisão. O presidente do Senado lembrou que, além do Congresso, Mandetta tem o respaldo da população.

Fiéis escudeiros:  Secretários do Ministério da Saúde são apoio a Mandetta

O senador também conversou com o Onyx Lorenzoni (Cidadania), que é do DEM, mesmo partido de Alcolumbre e Mandetta. O presidente do Senado afirmou não ser possível "o governo cogitar tirar um ministro que está fazendo um excelente trabalho.

Já o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, atuou em duas frentes: fez chegar ao Palácio do Planalto que demissão de Mandetta, neste momento, seria muito mal recebida não só pela corte, mas por diversos setores da sociedade; e trabalhou para que o ministro da Saúde também fizesse algum gesto de harmonia em relação ao presidente.

A informação sobre a exoneração de Mandetta foi confirmada ao Globo por dois auxiliares do presidente da República.

O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro da Cidadania, é o mais cotado para substituí-lo. Ele almoçou com Bolsonaro e os quatro ministros que despacham do Palácio do Planalto nesta segunda.

Em reunião com integrantes do Ministério Público nesta segunda-feira, o ministro da Saúde admitiu a dificuldade que encontra no cenário político e que não sabe "até quando ficará Ministro da Saúde". A reunião pode ter sido um dos últimos compromissos de Mandetta no cargo.

A ala militar do governo defende o nome da imunologista Nise Yamaguchi para assumir o Ministério da Saúde. A avaliação é de que o nome dela seria aceito pela população, que hoje admira Mandetta, já que Nise tem mais de 40 anos de experiência, é médica do Hospital Israelita Albert Einstein e atuou em diversas áreas da saúde no Brasil. Há uma tendência de que o nome dela não sofra rejeição pela bagagem de conhecimento e também por ser mulher. Nise defende o uso de cloroquina em pacientes infectados pelo novo coronavírus. 

O diagnóstico entre auxiliares do presidente é que a permanência de Mandetta no cargo se tornou insustentável após uma série de críticas do presidente à sua atuação no enfrentamento à Covid-19. Ele foi acusado por Bolsonaro de falta de humildade, em entrevista na última quinta-feira, e contrariou o presidente ao defender o isolamento e o distanciamento social para combater a disseminação da Covid-19.

No domingo, Bolsonaro havia dito, sem citar nomes, que "algumas pessoas" do seu governo "de repente viraram estrelas e falam pelos cotovelos" e que ele não teria medo nem "pavor" de usar a caneta contra eles.

Mandetta vem negando que pediria demissão e disse que só sairia do governo por decisão do presidente. Na sexta-feira, após as críticas de Bolsonaro, afirmou que não iria "abandonar o paciente".

Terra, que é médico, manteve sua posição de apoio ao governo e pela flexibilização do isolamento, o que agradou Bolsonaro.

Na última quarta-feira, o presidente teve três audiências com a participação de Terra no Palácio do Planalto, a primeira com o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, e as outras duas com dez médicos, para discutir o uso da hidroxicloriquina no tratamento de infectados com a Covid-19. Mandetta, por sua vez, não foi convidado para as reuniões com os médicos.

Também na semana passada, o ministro da Saúde chamou Terra de "Osmar Trevas" em um grupo de WhatsApp do DEM, seu partido, após o compartilhamento de uma notícia sobre a reunião com os médicos. Foi a única vez que ele se pronunciou no grupo da sigla em toda a crise.

Shotes semelhantes
Arquivo de Notícias
  • Christine McVie
    Christine McVie
    Christine McVie, pianista do Fleetwood Mac, morre aos 79 anos
    30 Nov 2022
    2
  • Unabomber
    Unabomber
    Morre Ted Kaczynski, o Unabomber, que enviava bombas pelo correio
    10 Junho 2023
    2
  • Harry Kane
    Harry Kane
    Harry Kane está fora do jogo contra o Brasil; saiba o motivo
    10 Julho 2024
    11
  • Linha lilas
    Linha lilas
    Linha 5-lilás do metrô fica paralisada por cerca de 2 horas após ...
    18 Agosto 2023
    3
Shotes mais populares dessa semana