Omicron: OMS classifica nova variante do coronavírus, surgida na África do Sul
A Organização Mundial da Saúde (OMS) passar a nomear a nova variante B.1.1.529 do coronavírus com a letra Omicron, do alfabeto grego. Descoberta pela primeira vez na África do Sul, a cepa do vírus da covid-19 já é considerada uma VOC (variante de preocupação, na sigla em inglês). No momento, estudos são realizados para definir, de forma mais precisa, o seu possível impacto na saúde global.
De acordo com a OMS, a variante Omicron "apresenta um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes". Inclusive, os pesquisadores da organização sugerem que a nova cepa pode apresentar um risco aumento de reinfecção, quando ela é comparada com as outras VOCs — Delta (B.1.671.2) e Gama (P.1).
Para o virologista do Departamento Imperial de Doenças Infecciosas do Reino Unido, Tom Peacock, a nova variante carrega mutações preocupantes na proteína S (Spike) do coronavírus — local onde as vacinas miram no processo de imunização. Além disso, Peacock defende que a cepa é altamente contagiosa e deve ser monitorada pelos órgãos de saúde.
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Na África do Sul, o número de casos da nova variante cresce em quase todas as províncias do país. Apenas, 23,5% da população sul-africana está com o esquema vacinal completo (2 doses), o que significa que o potencial para o número de casos aumentar é alto e, de forma geral, isso ainda favorece novas mutações no vírus da covid-19. Fora do continente africano, a Omicron já chegou em Israel, Bélgica e Hong Kong.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda a adoção de medidas, em caráter emergencial, para a restrição de chegada de voos e de viajantes vindos da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. A ideia é barrar a entrada da Omicron no Brasil.
O que é uma VOC do coronavírus?Para ser definida como uma VOC, a variante deve apresentar algum risco para a saúde pública global e se enquadrar em pelo menos uma das seguintes questões:
- Aumento da transmissibilidade;
- Aumento da virulência ou mudança na apresentação clínica da doença;
- Diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública adotadas, como vacinas e terapias.
Ainda não está claro em quais questões a Omicron se enquadra. Diante dos riscos da nova variante, a OMS pede que "onde houver capacidade e, em coordenação com a comunidade internacional, sejam realizadas investigações de campo e avaliações laboratoriais para melhorar a compreensão dos impactos potenciais da VOC na epidemiologia".
É importante entender se e como a resposta imunológica desencadeada tanto pelas vacinas quanto pela infecção natural podem ser afetadas pela nova variante.
Variante Omicron na África do SulA Omicron foi relatada pela primeira vez, nos bancos de dados da OMS, apenas no dia 24 de novembro de 2021. Hoje, a África do Sul enfrenta uma nova onda da covid-19, marcada por um aumento abrupto de novas infecções. O cenário preliminarmente é associado as mutações do vírus.
Até então, o país do continente africano passou por três grandes ondas da covid-19, sendo que a última foi marcada pela transmissão da variante Delta — considerada também uma VOC e descoberta pela primeira vez na Índia. Antes, o país teve dificuldades para lidar com a VOC Beta (B.1.351), identificada pela primeira vez no território sul-africano.
Fonte: OMS e Our World in Data