Grávida, Nathalia Dill faz planos para a educação da filha: 'Ser menina não é impedimento para fazer nada'
Grávida de cinco meses, Nathalia Dill está totalmente tomada pela maternidade, enquanto aguarda o nascimento de sua primeira filha. "Estou muito mergulhada nesse universo, lendo, conversando com outras mães", diz a atriz, de 34 anos. "Ao fazer isso, percebi que há tanto para se falar sobre esse assunto. Maternidade é uma experiência ainda envolvida em muitos tabus."
Ela já faz planos para a educação da pequena, parte deles pautada na agenda feminista, e afirma que a participação do pai, o músico Pedro Curvello, será ativa. "Ele não será um ajudante, é o pai dela e deve exercer a paternidade de maneira ampla", diz Nathalia, que fará, a partir dessa quinta-feira, uma série de lives em seu Instagram (@nathaliadillofi) para debater esse e outros assuntos sobre a experiência de trazer uma criança ao mundo. Na conversa a seguir, ela fala sobre como tem lidado com tantas novidades.
Vida na quarentena:‘É normal não estar bem também’, diz Letícia Lima sobre isolamento
O GLOBO - Imagino que vivenciar a maternidade durante a quarentena deve ter suas particularidades, com lados positivos e negativos. Pode me falar um pouco sobre esses aspectos?
NATHALIA DILL - Tem um pouco de tudo mesmo (risos). Estou vivendo cada momento de uma maneira bem presente, e isso é muito bom. Ver essas mudanças acontecerem, recebê-las. É muito especial. A parte difícil é não conseguir compartilhar isso com minha família pessoalmente. Nos falamos, claro, mas eles estão acompanhando de longe porque, no momento, não tem como ser diferente.
Vi que esta até fazendo roupinha de tricô. Você já sabia fazer ou aprendeu nesse período?
Eu já sabia. Minha avó me ensinou. Agora estou voltando a fazer. Além de ser um passatempo que eu adoro, estou fazendo algo para minha filha. É muito legal pensar nisso. O que tentei aprender no começo da quarentena foi crochê. Nossa, mas é muito difícil (risos). Acabei parando.
Como nasceu o projeto das lives e como vai funcionar?
Estou muito mergulhada nesse universo da maternidade, lendo, conversando com outras mães. Tanto eu quanto Pedro (Curvello, músico e companheiro de Nathalia) estamos nos preparando muito para a chegada da nossa filha. Ao fazer isso, percebi que há tanto para se falar sobre esse assunto. Maternidade é uma experiência ainda envolvida em muitos tabus. Tem a expectativa de como a mãe deve agir ou ser, tem a questão do puerpério, como exercer uma maternidade livre e real... E pelo que vejo do Pedro pesquisar e estudar, há isso também em relação à paternidade. Nós dois queremos estar ali com nossa filha, criando-a. Ele não será um ajudante, é o pai dela e deve exercer a paternidade de maneira ampla. Conversando com outras amigas, percebi que esse é um assunto que rende muito, que as pessoas querem falar sobre. Pensei, então, em começar com as lives no meu Instagram para trocar sobre isso: preparação, maternidade... Estou muito empolgada. Meu primeiro convidado, nesta quinta-feira, às 18h, será o Marcos Veras, que está prestes a se tornar pai, e também a minha doula, Camille Fonteneles. Estou muito animada com esse projeto!
Djamila Ribeiro:'Algumas pessoas perguntam: ‘Nossa, mas você é mestre em filosofia, escritora e gosta de maquiagem?''
Você é muito ligada ao feminismo. Como pensa em passar isso para a sua filha?
Sim, já penso nisso. E quero que ela desde cedo entenda que o fato de ela ser menina não é impedimento para fazer nada. Tem um livro da Chimamanda muito bom chamado "Para educar crianças feministas: um manifesto", que traz essas questões e ajudam a refletir muito sobre como podemos criar crianças para que não vejam as limitações que, muitas vezes, a sociedade impõe. "Ensine a ela que 'papéis de gênero' são totalmente absurdos. Nunca lhe diga para fazer ou deixar de fazer alguma coisa 'porque você é menina'. 'Por que você é menina' nunca é razão para nada. Jamais", escreveu Chimamana. E acho que esse é um ensinamento fundamental.
Como espera que seu companheiro participe desse processo?
Ativamente como pai dela. Foi como disse acima: ser pai vai além de "ajudar". Ser pai é fazer parte da vida e da criação. Queremos isso, queremos os dois como parte da criação da nossa filha. Ele está muito feliz e empolgado, também está se preparando para a chegada dela, como eu.
Já tem sentido seu corpo e a sua vida se transformarem profundamente? Como?
Sim. Eu sempre dormi muito bem, mas agora sinto ainda mais sono (risos). Ando um pouco esquecida das coisas, o que é engraçado. Às vezes, marco algo e, se não me ajudam a lembrar, acabo esquecendo. Ainda bem que tem sempre alguém por perto me ajudando. Passei muito mal no começo da gestação, tive muitos enjoos, quase não conseguia comer. Acabei emagrecendo cerca de três quilos por conta disso. Agora que passou, estou conseguindo comer de tudo um pouco. E tem a mudança no corpo, a mudança física. Minha barriga ainda não está muito grande, mas já vejo ela ali. É muito mágico ver essa transformação acontecendo dia a dia.
Pets:Tudo o que você precisa saber antes de adotar ou comprar
Como ficou sua agenda profissional com a pandemia e a maternidade? Tem projetos a serem lançados? Já faz planos para voltar a atuar?
Eu não tinha nenhum trabalho agendado no momento. Ia tirar uns meses para descansar um pouco. Acabou que veio a pandemia e tudo acabou parando. Mas tenho trabalhos prontos já. São dois filmes: "Incompatível", que deve sair este ano ainda, e "Um casal inseparável", em que eu contraceno com o (Marcos) Veras até e deve sair no ano que vem.