Morre em Manaus cantor e levantador de toadas Klinger Araújo após complicações da Covid-19
Cantor e levantador de toadas Klinger Araújo, do Amazonas. — Foto: Arquivo Pessoal
Morreu, aos 51 anos, o cantor e levantador de toadas Klinger Araújo, na manhã desta terça-feira (29), em Manaus. Ele estava internado com Covid-19 desde o dia 13 deste mês, em uma unidade de saúde privada de saúde, mas não resistiu às complicações da doença.
Manaus vivencia, nas últimas semanas, um aumento de casos e internações pela Covid-19. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que a capital vive uma segunda onda da doença, e recomendou lockdown (bloqueio total de circulação) para impedir o avanço da mesma. Até essa segunda (28), o Amazonas registrava mais de 4 mil mortos pela Covid-19.
Popularmente conhecido como “Furacão do Boi”, Klinger de Oliveira Araújo era natural de Parintins, mas vivia há muitos anos em Manaus, onde realizava diversos trabalhos como levantador de toadas do boi-bumbá Caprichoso. Ele é lembrado como um dos maiores ícones do boi-bumbá no estado.
Sua trajetória artística começou em 1986, quando ele atuava como radialista em Parintins. Alguns anos depois, foi DJ e locutor dos noticiários da emissora local. Já na capital manauara, Klinger também teve passagens por rádios, inclusive em emissoras locais do Pará e do Ceará.
A ascensão do cantor como levantador de toadas aconteceu em 1990, quando ele se apresentou pela primeira vez com o Boi-Bumbá Garantido. Anos depois, Klinger foi convidado para cantar no Boi-Bumbá Caprichoso, onde se firmou nas raízes folclóricas do “boi azulado”.
Em 1996 o artista foi convidado por um grupo de empresários para divulgar a cultura do boi-bumbá pelo Brasil. As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro foram seu destino, onde participou de vários programas como "Mais Você", de Ana Maria Braga, e "Domingão do Faustão".
Klinger Araújo morre em Manaus. — Foto: Arquivo Pessoal
O Grupo Samel, responsável pela unidade onde Klinger estava realizando tratamento, manifestou pesar pela morte do cantor amazonense. A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa também lamentou, por meio de nota, a morte de Klinger.
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, e a primeira-dama e presidente do Fundo Manaus Solidária, Elisabeth Valeiko Ribeiro, também manifestaram pesar pela morte do artista parintinense.
A Associação Cultural do Boi-Bumbá Caprichoso lamentou a morte do cantor, e decretou luto de três dias na agremiação, em respeito à memória do artista.
"No dia em que lembramos nove meses da partida do Pop da Selva, Arlindo Júnior, o Furacão do Boi, Klinger Araújo, resolveu ao lado dele e de Emerson Maia, cantar as toadas azuladas no firmamento azul. Ficam nas nossas memórias os grandes momentos e o encontro desses amigos no teatro da vida, como a emocionante flauta de Klinger Araújo acompanhando a interpretação de Arlindo Júnior, no Teatro Amazonas", declarou a associação, por meio de nota.
A última apresentação de Klinger Araújo, em Parintins, pelo boi Caprichoso, foi durante o Carnaboi 2020, onde comandou a Nação Azul e Branca e ainda foi homenageado no Carnailha pelo bloco Fax Clube. Klínger, que era casado com a também cantora Vanessa Alfaia, deixa quatro filhos e dois netos.