Topics quentes fechar

Júri condena o ex-policial branco Derek Chauvin pela morte de George Floyd

Júri condena o expolicial branco Derek Chauvin pela morte de George Floyd
Do lado de fora do tribunal, centenas de pessoas comemoram o verdicto; Biden havia dito horas antes que as provas contra Chauvin eram 'avassaladoras' e ligou para a família da vítima

MINNEAPOLIS — Um júri popular condenou, nesta terça-feira, o ex-policial branco Derek Chauvin pela morte do segurança negro George Floyd, em um caso que incendiou os Estados Unidos e o mundo em protestos contra a violência policial contra a comunidade negra. O veredicto saiu após três semanas de julgamento, em que diversas testemunhas afirmaram que Chauvin usou força desproporcional ao imobilizar Floyd, com o joelho em seu pescoço por nove minutos, em 25 de maio do ano passado.

Chauvin, que preferiu não prestar depoimento e se declarou inocente, foi considerado culpado em três acusações: por homicídio doloso (com intenção de matar), homicídio culposo (sem intenção) e assassinato de terceiro grau (lesão corporal seguida por homicídio). A sentença final será anunciada em oito semanas, mas ele pode pegar até 40 anos de prisão. Outros agentes que participaram da abordagem policial, Alexander Kueng, Thomas Lane e Tou Thao, serão julgados em agosto. 

Foto Anterior Proxima Foto

Manifestantes comemoram decisão do júri do lado de fora do tribunal, após condenação de Derek Chuavin pela morte de George Floyd Foto: CHANDAN KHANNA / AFP
Manifestantes comemoram decisão do júri do lado de fora do tribunal, após condenação de Derek Chuavin pela morte de George Floyd Foto: CHANDAN KHANNA / AFP
O advogado da família Floyd, Ben Crump, celebra com a testemunha Donald Williams durante entrevista coletiva após o veredicto no julgamento do ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, considerado culpado da morte de George Floyd, em Minneapolis, Minnesota, EUA Foto: NICHOLAS PFOSI / REUTERS
O advogado da família Floyd, Ben Crump, celebra com a testemunha Donald Williams durante entrevista coletiva após o veredicto no julgamento do ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, considerado culpado da morte de George Floyd, em Minneapolis, Minnesota, EUA Foto: NICHOLAS PFOSI / REUTERS
Pessoas negras se abraçam diante de imagem de George, na George Floyd Square em Minneapolis, Minnesota, EUA, Floyd, depois do veredicto no julgamento do ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin Foto: ADREES LATIF / REUTERS
Pessoas negras se abraçam diante de imagem de George, na George Floyd Square em Minneapolis, Minnesota, EUA, Floyd, depois do veredicto no julgamento do ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin Foto: ADREES LATIF / REUTERS
Courtney Ross, namorada de George Floyd, chora enquanto o anúncio do veredicto é esperado Foto: NICHOLAS PFOSI / REUTERS
Courtney Ross, namorada de George Floyd, chora enquanto o anúncio do veredicto é esperado Foto: NICHOLAS PFOSI / REUTERS
Mmulher chora depois de ouvir o veredicto no cruzamento da 38th Street com a Chicago Avenu, em Minneapolis, Minnesota. Na máscara de proteção, a frase "eu não consigo respirar", emblemarica frase dita por Floyd enquanto era asfixiado por Derek Chauvin Foto: Brandon Bell / AFP
Mmulher chora depois de ouvir o veredicto no cruzamento da 38th Street com a Chicago Avenu, em Minneapolis, Minnesota. Na máscara de proteção, a frase "eu não consigo respirar", emblemarica frase dita por Floyd enquanto era asfixiado por Derek Chauvin Foto: Brandon Bell / AFP
Jibrill morris reage após o veredicto no julgamento do ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, considerado culpado da morte de George Floyd, no Barclays Center em Brooklyn, Nova York, Nova York, EUA, 20 de abril de 2021. REUTERS / Jeenah Lua Foto: JEENAH MOON / REUTERS
Jibrill morris reage após o veredicto no julgamento do ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, considerado culpado da morte de George Floyd, no Barclays Center em Brooklyn, Nova York, Nova York, EUA, 20 de abril de 2021. REUTERS / Jeenah Lua Foto: JEENAH MOON / REUTERS
Pessoas se abraçam após o veredicto no julgamento do ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, na George Floyd Square em Minneapolis, Minnesota Foto: OCTAVIO JONES / REUTERS
Pessoas se abraçam após o veredicto no julgamento do ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, na George Floyd Square em Minneapolis, Minnesota Foto: OCTAVIO JONES / REUTERS
As pessoas reagem após o veredicto no julgamento do ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, considerado culpado da morte de George Floyd, na George Floyd Square em Minneapolis, Minnesota, EUA Foto: OCTAVIO JONES / REUTERS
As pessoas reagem após o veredicto no julgamento do ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin, considerado culpado da morte de George Floyd, na George Floyd Square em Minneapolis, Minnesota, EUA Foto: OCTAVIO JONES / REUTERS
Mulheres brancas celebram a justiça com um abraço, na George Floyd Square em Minneapolis Foto: Brandon Bell / AFP
Mulheres brancas celebram a justiça com um abraço, na George Floyd Square em Minneapolis Foto: Brandon Bell / AFP
Manifestantes erguem o punho cerrado em memória à George Floyd Foto: Stephen Maturen / AFP
Manifestantes erguem o punho cerrado em memória à George Floyd Foto: Stephen Maturen / AFP
Pessoas comemoram a condenação por homicídio do ex-policial Derek Chauvino assassino de George Floyd Foto: Stephen Maturen / AFP
Pessoas comemoram a condenação por homicídio do ex-policial Derek Chauvino assassino de George Floyd Foto: Stephen Maturen / AFP
Patricia Kugmeh reage depois que o veredicto foi lido no julgamento de Derek Chauvin Foto: Stephen Maturen / AFP
Patricia Kugmeh reage depois que o veredicto foi lido no julgamento de Derek Chauvin Foto: Stephen Maturen / AFP
Manifestantes se reúnem em frente ao Centro Governamental do Condado de Hennepin, em Minneapolis, Minnesota, para aguardar veredicto Foto: CARLOS BARRIA / REUTERS
Manifestantes se reúnem em frente ao Centro Governamental do Condado de Hennepin, em Minneapolis, Minnesota, para aguardar veredicto Foto: CARLOS BARRIA / REUTERS
O ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin é levado algemado depois que um júri o considerou culpado de todas as acusações em seu julgamento pela morte de George Floyd, em Minneapolis, Minnesota, EUA Foto: POOL / via REUTERS
O ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin é levado algemado depois que um júri o considerou culpado de todas as acusações em seu julgamento pela morte de George Floyd, em Minneapolis, Minnesota, EUA Foto: POOL / via REUTERS

Após ouvir a sentença, ex-policial, demitido dias após o crime, foi algemado e preso sob custódia. O julgamento ocorreu em meio a uma forte tensão e protestos diários, especialmente após a recente morte de Daunte Wright, outro jovem negro nos arredores de Minneapolis. Após a decisão, a tensão dos dias anteriores se transformou em comemoração. Do lado de fora do tribunal, centenas de pessoas celebraram o veredicto, assim como na praça George Floyd, cruzamento onde o segurança foi morto e agora leva seu nome.

Entenda: Conheça os seus principais momentos do julgamento do policial acusado de matar George Floyd

O advogado da família, Ben Crump, por sua vez, classificou a decisão como  “um ponto de inflexão na história” dos Estados Unidos. Após o veredicto, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a ligar para os familiares de Floyd e disse se sentir “muito aliviado”.

“A justiça obtida com dor finalmente chegou para a família de George Floyd”, escreveu Crump no Twitter. “Este veredicto envia uma mensagem clara sobre a necessidade de prestação de contas por parte das forças de segurança. Justiça para a América negra é justiça para toda a América!”.

Em comunicado, o ex-presidente Barack Obama também celebrou a decisão:  “Hoje, um júri fez a coisa certa. Mas a verdadeira justiça exige muito mais.”

Mais cedo, Biden havia dito que as evidências sobre a responsabilidade do ex-policial, apresentadas no julgamento, eram “avassaladoras”. O presidente, que telefonou na segunda-feira para a família, esperou que os jurados ficassem isolados para dar declarações sobre o caso.

 — Ele [Biden] sabe o que é perder um membro da família e conhece o processo pelo qual estamos passando. Ele só queria que nós soubéssemos que ele está rezando por nós, na esperança de que tudo acabe bem — disse Philonise, irmão de George Floyd, em declarações à TV NBC.

Os 12 jurados deliberaram por mais de dez horas, isolados em um hotel de Minneapolis onde passaram a noite, para chegar a um veredicto unânime. O grupo, contando dois suplentes que foram dispensados, era formado por seis mulheres brancas, dois homens brancos, três homens negros, uma mulher negra e duas mulheres multirraciais, de acordo com documentos do tribunal. Suas identidades não foram reveladas.

Entrevista:'Nunca existiu um movimento tão poderoso’, diz filho de Martin Luther King Jr.

Na segunda-feira, acusação e defesa apresentaram seus argumentos finais no julgamento. O promotor Steve Schleicher pediu aos jurados para “acreditarem no que seus olhos veem” enquanto reproduzia o vídeo que mostrava o ex-policial, de 45 anos, imobilizando Floyd, de 46 anos, enquanto o homem negro dizia que não conseguia respirar. Ao longo do julgamento, os promotores acusaram Chauvin de ter usado força desproporcional, deixando Floyd sem oxigênio.

O principal advogado de Chauvin, Eric Nelson, por sua vez, rebateu a acusação dizendo que ele se comportou como qualquer “policial razoável”, e seguiu o treinamento que recebeu ao longo de 19 anos no Departamento de Polícia de Minneapolis.

Segundo a defesa, Floyd teria morrido devido aos efeitos das drogas que usou, e não por asfixia. O laudo toxicológico afirma que o segurança tinha fentanil e metanfetamina no corpo, mas os médicos legistas do Ministério Público — um especialista em sistema respiratório e um médico do Departamento de Polícia de Louisville — afirmaram que a morte ocorreu devido à falta de oxigênio.

Minnesota: Morte de Daunte Wright reacende protestos antirracistas nos EUA

Chauvin deteve Floyd por supostamente usar uma nota falsificada de US$ 20 para comprar cigarros. O vídeo da morte de Floyd, que foi exibido de vários ângulos, tornou-se uma peça central do julgamento. Os jurados passaram horas assistindo e revendo as imagens no tribunal.

Atenção: imagens fortes. Policiais cercam o detido, George Floyd, já no chão, e ele grita. A morte de George gerou mais protestos violentos pelo terceiro dia em Minneapolis, nos Estados Unidos. Após as manifestações, o policial foi preso
Atenção: imagens fortes. Policiais cercam o detido, George Floyd, já no chão, e ele grita. A morte de George gerou mais protestos violentos pelo terceiro dia em Minneapolis, nos Estados Unidos. Após as manifestações, o policial foi preso

Nos EUA, proteções sindicais que blindam policiais de investigações, padrões legais que lhes dão o benefício da dúvida e a tendência de aceitar a palavra dos agentes resultam em poucas condenações. Chauvin é o sétimo policial a ser condenado por assassinato em serviço desde 2005. Desde então, cerca de 15 mil homicídios foram cometidos por agentes.

Uso desproporcional da força

Nas três semanas de julgamento, os depoimentos mais impactantes foram de policiais experientes e superiores de Chauvin dizendo que ele fez uso desproporcional da força. Richard Zimmerman, o policial mais antigo do Departamento de Polícia de Minneapolis, disse que colocar um joelho no pescoço de alguém enquanto ele está algemado de bruços, disse ele, é empregar “força mortal”.

Leia também: Nos Estados Unidos, policiais que matam em serviço não costumam ser processados nem condenados

— Se o seu joelho está no pescoço de uma pessoa, isso pode matá-la — disse o tenente Zimmerman, acrescentando que as pessoas algemadas geralmente representam pouca ameaça aos policiais.

Isto foi reforçado pelo depoimento de Medaria Arradondo, o chefe do Departamento de Polícia da cidade, que disse que Chauvin desrespeitou as normas técnicas e o código de ética do Departamento de Polícia de Minneapolis durante a prisão.

— Não faz parte da nossa formação e certamente não faz parte da nossa ética e dos nossos valores — disse Arradondo.

A ex-comandante do programa de treinamento do departamento, Katie Blackwell, também disse que o ato de Chauvin de colocar o joelho no pescoço de Floyd não estava de acordo com o treinamento fornecido aos oficiais.

— Não sei que tipo de posição improvisada é essa — disse Blackwell.

Dois paramédicos que atenderam Floyd testemunharam que o encontraram sem sinais de vida. Um deles, Derek Smith, sentiu o pescoço de Floyd enquanto os policiais ainda estavam em cima dele e disse que não detectou a pulsação sanguínea.

As tentativas de Smith de reanimá-lo, incluindo o uso de um desfibrilador e de uma máquina que fornece compressões torácicas, não tiveram qualquer efeito para melhorar a condição de Floyd.

Shotes semelhantes
Arquivo de Notícias
  • Pocah
    Pocah
    Pocah marca presença no ensaio da Grande Rio após ser hospitalizada com fortes dores causadas por gases - 16/03/2022
    16 Mar 2022
    12
  • Concurso IBGE 2022
    Concurso IBGE 2022
    Prazo da inscrição em concursos do IBGE termina nesta sexta-feira (21); veja vagas na região de Ribeirão
    21 Jan 2022
    1
  • Presepada
    Presepada
    Maraísa confessa que escreveu "Presepada" com Marília para Fernando
    27 Dez 2021
    2
  • Bruno Uvini
    Bruno Uvini
    Zagueiro chegando: Grêmio acerta a contratação de Bruno Uvini, ex-São Paulo e Santos
    6 Dez 2022
    2
  • Henrique Dourado
    Henrique Dourado
    Henrique Dourado é suspenso por um ano na China após trombada em árbitro
    26 Agosto 2022
    1
Shotes mais populares dessa semana