Análise: Fortaleza não se encontra em campo e tem péssimo ...
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Fortaleza x Ceará - Melhores Momentos
"Clássico não se joga, Clássico se vence", prega uma das máximas do futebol. Neste sábado (8), o Fortaleza pouco criou, pouco finalizou e, consequentemente, pouco jogou contra o seu principal rival, o Ceará. No placar, 2 a 1 para o Vovô contra um atípico Leão. Um Tricolor que entrou em campo aparentando encarar um jogo de pouca relevância, não um Clássico (com C maiúsculo).
O Fortaleza pagou o preço no primeiro tempo por sequer conseguir chutar contra o gol de Bruno Ferreira. O gol de Lucero, de pênalti, aos 27 do segundo tempo, foi o primeiro (atente, o primeiro!) chute na direção correta desde o início da partida. Pouco, muito pouco, para um time com os valores individuais que o Leão possui. Pouco, muito pouco para uma partida da magnitude de um Clássico-Rei.
Fortaleza, Lucero, Pochettino — Foto: Thiago Gadelha/SVM
Há quem diga que Juan Pablo Vojvoda gosta de "inventar" quando escala o Fortaleza. Pois saiba você, torcedor, que tudo é meticulosamente planejado. Não à toa, Vojvoda rodou o time nos primeiros jogos para chegar com força máxima no primeiro Clássico-Rei.
A formação titular talvez seja aquela que o próprio torcedor tricolor colocaria em campo contra o maior rival. Os dois laterais mais regulares, os dois melhores zagueiros, um meio com um reforço vindo de 2025 e o trio de ataque já conhecido pela torcida.
Mas com a bola rolando, o Fortaleza foi irreconhecível. Assustou o rival apenas na reta final do primeiro tempo, com Bruno Pacheco, de cabeça. Levou o primeiro gol cedo, aos 15, de falta, com Lucas Mugni encobrindo João Ricardo, que saiu errado do gol. Aos 24, a defesa não conseguiu segurar Mugni pela ponta, nem antever a chegada de Pedro Henrique, que apenas empurrou para o fundo das redes.
Pol Fernández, Fernando Sobral, Ceará, Fortaleza — Foto: Davi Rocha/SVM
O Leão do Pici sequer exigiu trabalho de Bruno Ferreira, goleiro do Ceará. A bola não chegava ao ataque, Marinho e Moisés não se desvencilhavam da marcação, Pol Fernández não fez um primeiro tempo inspirado e, na defesa, Brítez e Kuscevic tiveram muito trabalho com o ataque alvinegro. Um primeiro tempo de muito para se corrigir e Vojvoda sabia disso.
No segundo tempo, Vojvoda demorou a mexer. Colocou em campo Diogo Barbosa, Breno Lopes e Calebe, buscando aumentar a velocidade e poder de criação do time. No entanto, não obteve sucesso. O Leão seguiu sem conseguir sequer dar trabalho para Bruno Ferreira. Méritos, claro, para a defesa alvinegra, que conseguiu se fechar muito bem ante a ineficiente ofensiva tricolor.
Até que veio ele: o primeiro chute do Fortaleza no gol. Aos 25, Marinho sofreu pênalti na área. Lucero cobrou e diminuiu para o Tricolor, deslocando o goleiro rival. Cobrança de almanaque, que incendiou a partida, mas ainda era muito pouco para o que o Leão poderia produzir em campo.
Fortaleza, Calebe — Foto: Thiago Gadelha/SVM
Pikachu entrou e, aos 35, o Fortaleza tinha cinco homens de frente. Lucero na referência, Marinho e Breno Lopes espetados, e Pikachu e Calebe no meio.
O Leão cresceu em campo, enquanto o rival se retraiu. Nas jogadas de Marinho pelo lado direito e nas chances geradas pela bola parada, o desempenho ofensivo do Leão foi bastante limitado no fim das contas.
O resultado poderia ter sido até mais elástico, não fosse a imperícia de Fernandinho em dois lances ainda no primeiro tempo. O alento foram os minutos finais, por um Fortaleza voltando a ser competitivo em campo, mas com pouco tempo para buscar o resultado.
No primeiro grande teste, o Fortaleza falhou. O alento é que haverá mais jogos decisivos (contra próprio Ceará) pela frente e, até lá, o Leão do Pici poderá dar a volta por cima. Mas é preciso encarar o Clássico-Rei com a seriedade e a magnitude que o duelo exige.
Agenda do Leão
O Leão do Pici volta a campo na terça-feira (11) pela Copa do Nordeste. No Lindolfo Monteiro, encara o Altos-PI, às 21h30. O ge acompanha todos os lances da partida em tempo real.