Eurocopa 2021 e um torneio que tem cada vez mais cara de Copa do Mundo
A história do futebol mundial foi toda construída a partir de um curioso equilíbrio de forças entre Europa e América do Sul. Até a Copa-2010, cada um dos deles tinha exatamente o mesmo número de títulos do torneio mais importante de todos: nove.
Se o Novo Continente produziu Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo, Alfredo di Stéfano, Diego Maradona e Lionel Messi, o Velho deu ao planeta pesos pesados da bola do porte de Johan Cruyff, Franz Beckenbauer, Ferenc Puskás, Michel Platini, Zinédine Zidane, Eusébio e Cristiano Ronaldo.
Só que esse balanço saiu de compasso nos últimos tempos. Enquanto a Europa continuou gerando craques, conquistando títulos e fazendo suas seleções evoluírem, a América do Sul pisou no freio e tem dado indícios que está ficado para trás.
Pela primeira vez na história, quatro edições consecutivas da Copa do Mundo foram vencidas por seleções do mesmo continente, o europeu. Na Rússia-2018, há três anos, a hegemonia foi tão ampla que o lado de lá do Oceano Atlântico emplacou seis seleções nas quartas de final e fez todas as semifinalistas.
Os prêmios individuais também se tornaram cada vez mais deles. Nos últimos 12 anos, apenas um sul-americano (Messi) venceu a eleição de melhor do mundo. E o brasileiro Neymar foi o único outro que subiu ao pódio no período. Já a Europa ganhou com três atletas diferentes e colocou mais sete nomes entre os três primeiros colocados de alguma edição do prêmio da Fifa.