Morre publicitário Enio Mainardi; leia texto de Rogerio Fasano
Morreu neste sábado (8) o publicitário, jornalista e escritor Enio Mainardi. A informação foi confirmada pelo filho, o também jornalista Diogo Mainardi.
Enio tinha 85 anos e estava internado com Covid-19, segundo publicação de Diogo no site O Antagonista.
Leia abaixo texto de Rogerio Fasano sobre o publicitário.
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Junto com o tio Luis Carta, meus dois outros pais.
Enio foi o primeiro de uma geração de geniais publicitarios brasileiros. "Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais" será sempre o melhor e mais genial slogan da propaganda brasileira.
Contribuiu muito para que meu pai, Fabrizio, prosperasse muito rápido ao definir que o bom uísque você só conhece no dia seguinte. Enriqueceram muito juntos —casas, iates—, faliram juntos na mesma época. Para minha gigantesca tristeza, romperam relações.
Fazia anos que não via o Diogo quando Enio ligou para meu pai para saber se o Diogo, seu filho que morava em Londres, poderia passar umas férias com os Fasanos. Sim, assim mesmo, afinal ele era único.
Chega um adolescente cabeludo, tocando uma espécie de cítara o dia inteiro e da estranheza nascia uma irmandade inseparável unida ainda mais sob o som do The Clash.
Jantávamos no bairro do Paraíso eu, ele e o Diogo e, por incrível que pareça, eu invejava o fato do Diogo ter pais separados e ter esta relação tao adulta e madura com seus pais. Tio Enio foi muito importante para mim, convencia meu pai de qualquer coisa que eu precisava e, graças a ele, fui também eu morar em Londres.
Enio Mainardi fará muita falta para os que conviveram com ele. Beijo enorme para Diogo e Ana, Tito e Nico, para Tereza e Zeno, para tia Julia, para o Vini, irmão mais velho do Diogo e também meu, e para Chica.
PS: para sermos diferente, eu e Diogo tentamos gostar de baseball. E aí, numa das viagens do Enio, pedimos luvas. Eram lindas, as mais caras, porém ambas para destros e seu filho Diogo é canhoto! Como ri...