Elize Matsunaga, em liberdade condicional, diz acreditar que marido assassinado a perdoou pelo crime; veja vídeo
Elize Matsunaga diz, em vídeo, acreditar que marido já a perdoou pelo crime
Em liberdade condicional, Elize Matsunaga afirmou, em vídeo divulgado pela defesa, que está "muito, muito feliz" com o novo momento e que acredita que o marido, Marcos Matsunaga, já a perdoou. Elize foi condenada e presa há 10 anos por matar e esquartejar Marcos.
Ela diz que não pode dar entrevistas devido a um contrato assinado com uma empresa audiovisual e ao livro que está escrevendo e deve ser lançado em breve, chamado "Piquenique no inferno".
Elize Matsunaga deixa penitenciária em Tremembé acompanhada de advogado após liberdade condicional — Foto: Wilson Araújo/ TV Vanguarda
"Estou muito, muito feliz mesmo de ter vencido essa etapa, sei que teremos outras, uma nova etapa agora. Mas estou muito feliz por ter vencido, pelas pessoas que me apoiaram, pelas pessoas que compreenderam. Infelizmente não posso consertar o que passou, o que eu cometi, estou tendo uma segunda chance. Eu acredito na espiritualidade e acredito que ele [Marcos] já tenha me perdoado e peço por ele nas minhas orações", disse Elize.
Elize foi solta nesta tarde após a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) cumprir o alvará de soltura e saiu da penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, no interior paulista, na presença do advogado Luciano de Freitas Santoro.
- Elize Matsunaga, presa há 10 anos por matar marido, conta em manuscrito de livro que recebe cartas com pedidos de casamento
- Elize Matsunaga: leia trechos de 'Piquenique no inferno', livro em que ela pretende contar à filha por que matou o marido
O recurso foi pedido à Justiça pela defesa dela e concedido pelo Departamento Estadual de Execução Criminal da 9ª Região Administrativa Judiciária, o Deecrim de São José dos Campos.
Com isso, ela passa o restante do tempo de pena em liberdade, tendo que cumprir algumas regras, como informar periodicamente a ocupação e o endereço à Justiça.
Inicialmente, ela havia sido condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, mas, em 2019, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena para 16 anos e três meses.
Elize Matsunaga deixa penitenciária em Tremembé acompanhada de advogado após liberdade condicional — Foto: Wilson Araújo/ TV Vanguarda
- ILUSTRAÇÕES: Veja como foi a cobertura do julgamento de Elize
- Presa há 10 anos por matar marido, Elize conta em manuscrito de livro que recebe cartas com pedidos de casamento (veja vídeo abaixo)
Elize Matsunaga escreve livro na prisão; veja trechos
Na penitenciária, onde cumpriu pena ao lado de detentas em crimes que causaram grande repercussão, como Suzane von Richthofen e Anna Jatobá, ela trabalhou no regime semiaberto para diminuir a pena.
Elize trabalhou na área da costura, ganhou salário e pôde ter direito às saídas temporárias. Ela chegou a divulgar que investiria em um negócio de roupas para pets.
Recentemente, após ter participado de um documentário, anunciou sua autobiografia, intitulada "Piquenique no Inferno", que escreveu à mão na prisão, para pedir perdão à filha, que está impedida de ver desde 2012. O g1 teve acesso a trechos do livro.
Durante as saídas temporárias, Elize chegou a exibir cartazes e a passar mensagens para a filha - a família do marido a proíbe de ter contato com a filha do casal, segundo ela.
Elize Matsunaga exibe cartaz na saída de presídio — Foto: André Bias/TV Vanguarda
O crime foi cometido em 19 de maio de 2012 no apartamento do casal, na Zona Oeste de São Paulo, e teve repercussão na imprensa por envolver uma bacharel de Direito casada com um empresário herdeiro da indústrias de alimentos Yoki. Ele tinha 42 anos à época e ela, 30.
O empresário foi baleado na cabeça com uma das 34 armas que o casal tinha na residência. Quatro eram de Elize, incluindo a pistola usada no crime. As demais pertenciam a Marcos.
Elize alegou à época que atirou em Marcos para se defender dele, que discutiu com ela e lhe agrediu com um tapa no rosto ao descobrir que Elize havia contratado um detetive particular para seguir o marido. O profissional havia descoberto mais uma das traições do empresário e o filmou com uma garota de programa.
Marcos, que já havia sido cliente de Elize no passado, quando ela se prostituía, gritou, segundo a bacharel, que tiraria a guarda da filha dela e a mataria.
Com medo de novas agressões e ameaças, já que contou ser sido vítima de violência doméstica em outras ocasiões, ela teria disparado a esmo para se defender.
A previsão inicial, com a pena atualizada, é que ela deixasse a prisão em 2028.
Elize Matsunaga deixa penitenciária em Tremembé acompanhada de advogado após liberdade condicional — Foto: Wilson Araújo/ TV Vanguarda