A contribuição de quem faz companhia e leva informação aos pontos mais distantes do Brasil
ABR
Em 21 de setembro de 1943, o então presidente Getúlio Vargas sancionou uma lei com a fixação de um piso salarial para os profissionais do rádio. A data ficou marcada como o Dia do Radialista, em que se comemora as contribuições de uma categoria muito importante para a democratização da informação num país de tão grande extensão e tão diversas realidades quanto o Brasil.
Seja com informações noticiosas do dia-a-dia ou com entretenimento, os radialistas são os profissionais de comunicação que mais fazem companhia aos brasileiros. De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) em 2019, o patamar de alcance do rádio no Brasil é semelhante ao dos maiores mercados do mundo. Oito em cada 10 brasileiros possuem rádio em suas casas.
O mesmo estudo ainda revela que o rádio é o meio líder em confiança no país. Cerca 64% dos brasileiros percebem que a maioria das notícias consumidas no rádio é verdadeira, em uma realidade em que mais da metade dos ouvintes ligam o aparelho porque querem se informar. O doutor em Comunicação, Luãn Chagas, que pesquisa radiojornalismo e consumo de rádio no Brasil, explica ao PNB Online a relevância do profissional responsável por levar informação aos lugares mais distantes do país.
“Se nós olharmos para o aspecto de como a comunicação no Brasil tem sido direcionada para os setores mais populares, a forma mais acessível é o rádio. Os radialistas desempenham um papel fundamental na democracia brasileira, que é justamente a difusão de informações para a sociedade. Quando falamos em radialistas, estamos falando de uma figura central na comunicação”, afirma Chagas, que também é professor na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
As transformações tecnológicas fizeram o profissional buscar uma recorrente reinvenção, que tem sido bem-sucedida há várias décadas. Desde a primeira transmissão radiofônica no Brasil, que completou 100 anos em 2019, até o fortalecimento da internet, vivido nos últimos anos, os radialistas participam constantemente da construção de novos formatos comunicativos.
“É importante salientar que os radialistas formam uma das categorias mais se reinventa. Primeiro no início do rádio, quando ainda era aquele locutor voltado para um aspecto mais formal e erudito, mestre de cerimônia. Depois, veio mais informalidade e aproximação com o ouvinte. Com o surgimento da televisão, os locutores e locutoras tiveram de se reinventar e com o surgimento da internet, a mesma coisa. Eles se reinventam construindo novos formatos. Hoje nós temos a rádio no whatsapp, temos o podcast, etc. É necessário que saibamos mensurar essa importância”, afirma o pesquisador.