Desencantada é bom? Saiba tudo sobre o novo filme do Disney+
Após 15 longos anos de espera, os fãs da princesa Giselle finalmente vão voltar para o mundo mágico de Andalasia. Desencantada (2022), sequência do filme hit de 2007 estrelado por Amy Adams, chega ao Disney+ nesta sexta-feira (18) para mostrar o que aconteceu após o “felizes para sempre” dos personagens.
Sucesso no início do século 21, Encantada (com o perdão do trocadilho) encantou jovens e adultos ao brincar com conceitos das histórias de fantasias da Disney e injetá-las no mundo real. O que aconteceria se princesas, príncipes e criaturas de alguns dos maiores clássicos do estúdio surgissem repentinamente nas ruas de Nova York?
A chegada da protagonista Giselle (Amy Adams), princesa que representa a donzela indefesa das histórias infantis, ao mundo real do advogado Robert (Patrick Dempsey) subverteu o gênero de fantasia para se divertir com alguns de seus clichês. Afinal, qualquer pessoa que existe fora da ficção estranharia ver uma mulher vestida com corpete e longo vestido cantando e dançando entre os carros da icônica Times Square.
O sucesso da fórmula de Encantada tornou a missão de desenvolver uma sequência com uma história à altura do original ainda mais difícil. A união entre live-action e animação já não era novidade no cinema, mas ver a Disney ironizando algumas das regras criadas por ela mesma em seus clássicos tornou a experiência de assistir ao filme ainda mais única.
Em Desencantada, o próprio título indica o que os fãs podem esperar da nova aventura de Giselle. Mesmo conquistando o seu final feliz no longa original, a princesa de Andalasia precisa encarar uma dura realidade: no mundo fora da fantasia, o “felizes para sempre” não passa de um mero mito.
Giselle (Amy Adams), Morgan (Gabriella Baldacchino) e Robert (Patrick Dempsey)
Divulgação/Disney
A trama da sequência se passa alguns anos depois dos eventos de Encantada. Giselle e Robert se casaram e tiveram uma filha, enquanto Morgan (Gabriella Baldacchino), a primogênita do advogado, cresceu e deixou de ser uma criança adorável para se tornar a clássica adolescente revoltada e sarcástica.
Insegura com o seu final feliz, Giselle faz de tudo para reencontrar a paz interior que sentira anteriormente. Ela se muda com a família da cidade grande para o subúrbio, passando a morar em uma casa que mais parece um pequeno castelo. Lá, eles se deparam com diversos “novos” clichês do cinema, como a “rainha” invejosa do bairro, Malvina (Maya Rudolph), e colegas que fazem bullying com Morgan apenas por ela ser nova na escola.
A nova realidade enfurece a adolescente, que nunca quis deixar sua antiga vida em Nova York. Revoltada, ela se vira contra Giselle e a rotula de algo que, para uma princesa de conto de fadas, parece ser a pior das ofensas: madrasta má.
A solução encontrada pela protagonista vem na forma de um presente entregue por Edward (James Marsden) e Nancy (Idina Menzel), que vieram de Andalasia para parabenizar a família por sua nova casa. Padrinhos da bebê de Giselle e Robert, o casal dá ao bebê uma varinha mágica capaz de realizar qualquer desejo –desde que o mesmo seja feito por uma verdadeira filha da terra mágica.
Com a varinha, Giselle acaba alterando a sua própria realidade e transforma o subúrbio em um reino parecido com Andalasia. A comunidade e seus habitantes dão lugar a plebeus, festivais medievais, bailes e lutas contra dragões e gigantes. Na visão da princesa, é assim que um mundo com finais felizes e pensamento positivo deveria ser.
As rivais Giselle e Malvina (Maya Rudolph)
Divulgação/Disney+
Não é preciso dizer que a fusão entre realidade e fantasia traz o caos de volta às vidas dos protagonistas, e é aí que Desencantada encontra o seu grande trunfo. Sem perder o carisma e a graça do filme original, a sequência diverte ao colocar personagens “reais” dentro de um mundo como Andalasia, e as mudanças causadas pelo desejo afetam a todos negativamente –principalmente Giselle.
Com mais números musicais e efeitos especiais, Desencantada escapa de cair na armadinha de tentar repetir tudo o que fez do filme original um sucesso. Se o espectador já sabe como seria colocar personagens de fantasia no mundo real, a intenção da sequência é fazer o inverso. Ver Robert em busca de brigas com dragões é divertidíssimo, enquanto Giselle precisa lutar para se manter sã e não se distanciar da própria realidade. No subúrbio, para Morgan, ela era a madrasta má, então nada mais justo do que a princesa se tornar a vilã de seu conto de fadas.
Comandado por Adam Shankman (Um Amor para Recordar), Desencantada prova que Amy Adams nasceu para viver Giselle. Talentosa, a atriz indicada a seis Oscars se divide entre a princesa ingênua e a madrasta gananciosa, alterando caras e bocas com a facilidade de quem troca uma roupa. Já Gabriella Baldacchino se mostra uma ótima adição como a Morgan adolescente e divide o protagonismo com Amy sem tropeçar.
Rainha má da vez, Maya Rudolph e sua debochada Malvina mostram que não haveria escolha melhor para a personagem. As cenas nas quais disputa a coroa com Giselle estão entre as melhores do filme. É na relação das duas que Desencantada brinca com vários clichês envolvendo vilãs de fantasia, do egocentrismo aos pets malvados e lacaios (ou minions) puxa-sacos.
Apesar da distância entre os dois filmes, Desencantada justifica a espera dos fãs. Mesmo com tantas apostas erradas ao reutilizar e reinventar obras de sua enorme biblioteca, a Disney mostrou que é capaz de fazer sequências tão encantadoras quanto as originais.
Desencantada
Confira o trailer dublado