Pesquisa da UFMT faz levantamento de mortes por covid longa no Brasil
Um estudo da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), publicado na revista Ciência e Saúde Coletiva, mostra os impactos da covid longa no Brasil. A pesquisa abordou dados preliminares de mortes por região geográfica, local de ocorrência, entre outros fatores.
Este é o primeiro estudo que aborda os dados da Covid Longa no país e foi conduzido pela professora do Instituto de Saúde Coletiva Ana Paula Muraro. Segundo a professora, a pesquisa aborda especialmente os óbitos causados por consequência da pandemia, com base nos registros oficiais do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.
Conforme a publicação, 1,6 registro de óbito em cada mil pessoas em 2021 foi devido às condições posteriores à covid-19, período que se apresenta sintomas da covid longa. A quantidade chega a 2.948 mortes por motivos posteriores à covid-19.
Os números variam entre regiões e também entre faixas etárias. De acordo com a pesquisadora, mesmo com possíveis subnotificações, com as orientações do código pós-covid foram publicadas pelo Ministério da Saúde em maio de 2021, é possível verificar o número de óbitos por essa causa, com impacto no perfil da mortalidade do Brasil.
A pesquisa mostra ainda que mais da metade dos óbitos aconteceu entre homens, acima de 60 anos e de cor de pele branca.
Perfil dos mortosA maioria dos óbitos ocorreu entre idosos, entretanto, foi maior a proporção de óbitos entre pessoas de menor faixa etária nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, a alta proporção de registros sem informação sobre escolaridade também foi uma limitação para avaliação desse perfil, aponta a pesquisa.
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De acordo com a professora do Instituto de Saúde Coletiva, para conhecer o impacto da covid-19 na mortalidade da população, é importante considerar não apenas a mortalidade da fase aguda, mas todas suas consequências para a saúde da população.
Muraro destaca ainda que conhecer o número de óbitos por covid longa contribui no conhecimento desse impacto, além de fortalecer a necessidade do registro adequado da causa básica dos óbitos para viabilizar estudos como semelhantes. O estudo concluiu que as mortes foram diferentes entre as regiões do Brasil.
A professora explica que o estudo aponta a necessidade de trabalhos voltados para a revisão de todas as causas de mortes associadas a sintomas respiratórios pelos serviços de vigilância epidemiológica desde o início da pandemia. Bem como estudos com objetivo de avaliar melhor o perfil desses casos e óbitos no Brasil.
Acesse o artigo “Óbitos por Covid Longa no Brasil em 2021” na revista Ciência e Saúde Coletiva pelo link.