Styvenson denuncia colapso na saúde pública da rede estadual ...
O senador Styvenson Valentim (Podemos) pediu ao Ministério Público a instauração de procedimentos para verificação e investigação sobre o caos na saúde pública do Rio Grande do Norte. “A situação atual da saúde pública no Estado, especialmente sob a gestão da governadora Fátima Bezerra (PT), é alarmante e requer intervenção urgente. A negligência com a saúde pública e com os seres humanos atinge níveis críticos, conforme evidenciado pelas inúmeras e diárias denúncias da população e da imprensa estadual”, justificou.
Ao encaminhar a representação para o MP, o senador Styvenson Valentim cita “a falta de medicamentos essenciais na Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), seja pela ausência de leitos, atendimento, cirurgias de urgência e emergência. A escassez de medicamentos demanda uma ação enérgica do Ministério Público e uma intervenção direta do Judiciário”.
Styvenson Valentim afirmou, ainda, que “a ausência de remédios compromete a saúde e a vida de inúmeros pacientes que dependem do sistema público, gerando um cenário de desespero e abandono”.
Para Valentim, a situação no Hospital Walfredo Gurgel, referência no atendimento de pronto-socorro em Natal e no Estado, “é particularmente crítica”, diante de relatos que “apontam para um verdadeiro cenário de guerra”. O próprio parlamentar já realizou diversas denúncias, afirmando que “pacientes são deixados em macas nos corredores, sem medicamentos adequados, sem materiais básicos como copos descartáveis, e com alimentação precária para os acompanhantes dos pacientes, além de pacientes com sondas ligadas a potes de desinfetante usados”.
Segundo Valentim, “o ambiente de abandono e caos não se restringe a este hospital, mas é uma realidade em diversos outros hospitais públicos do Estado. Os servidores, sem recursos suficientes, são obrigados a improvisar em todos os aspectos do atendimento, inclusive na administração de medicamentos, o que é uma situação criminosa e inaceitável”.
O senador anexou à representação informações da imprensa sobre a ineficiência na prestação dos serviços de saúde pública, como é o caso da situação dos pacientes com diabetes: “A resposta efetiva às necessidades desses pacientes só ocorre quando há intervenção judicial, o que muitas vezes chega tarde demais, resultando em danos irreparáveis”.
Styvenson Valentim reforça que “o atraso nos pagamentos às empresas terceirizadas que fornecem mão de obra essencial, desde maqueiros até médicos, é outro ponto a ser investigado”.
Valentim expôs ao MP que “a dívida do Estado do Rio Grande do Norte com o município de Natal é outro aspecto que agrava a situação. Conforme as notícias, os repasses retidos somam cerca de R$ 70 milhões. Com isso, o município enfrenta dificuldades adicionais para manter os serviços de saúde funcionando”.
Esse “bloqueio” de recursos, denuncia Valentim, “afeta diretamente a capacidade de atendimento e a qualidade dos serviços oferecidos à população, exacerbando a crise na saúde pública”.Outro exemplo da crise, apontou ele, “é o impacto da má gestão financeira, que se estende ao Hospital Infantil Varela Santiago, pois, segundo informações jornalísticas, não recebeu pagamentos referentes ao ano de 2023”.
“Trata-se de um hospital essencial para o atendimento pediátrico no Estado, e a falta de recursos compromete seriamente a assistência às crianças, que são as mais vulneráveis”, concluiu.