Jovem com autismo é internado em UTI de SP após engolir objetos ...
Nadjane Leonardo dos Santos e o filho Éric. — Foto: Reprodução/ TV Globo
Um jovem de 20 anos teve que ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo, após ter engolido objetos em um Centro de Atenção Psicossocial (Caps), da prefeitura.
Segundo Nadjane Leonardo dos Santos, mãe de Éric Leonardo de Oliveira, que é autista severo, ele engoliu os objetos no Caps de Paraisópolis, onde passa por acompanhamento.
O jovem foi levado até o hospital após passar mal. Segundo os exames, ele tinha uma coleção de objetos acumulados no estômago e no intestino.
"Tampa de garrafa, papelão, canudo, tudo o que você possa imaginar, no intestino e no estômago. Ele tinha que fazer uma cirurgia para abrir e tirar, uma cirurgia de risco. Eu nunca pensei que o Caps fosse tão negligente, porque isso foi negligência. Eles sabem que um autista severo tem a cabecinha de uma criança de 3 ou 4 aninhos", afirma Nadjane.
Paciente engole diversas tampinhas plásticas em unidade de saúde da prefeitura
A rede municipal tem 102 centros de atenção psicossocial em toda capital. Esses equipamentos atendem pessoas em situação de sofrimento psíquico e do espectro autista, em fases emergenciais. Quando os pacientes evoluem para um quadro mais estável, a orientação é encaminhá-los para os postos de saúde.
De acordo com o pediatra Renato Kfouri, é necessário investir em tratamento para dar qualidade de vida e dignidade aos pacientes.
"O retardo do diagnóstico em termos de assistência a essas crianças pode prejudicar o desenvolvimento e o resultado da independência ou do que nós buscamos para tratamento do autismo que é, obviamente para essas crianças que desenvolvem os sintomas mais precocemente, é a autonomia. Quanto mais precoce, mais intenso e mais adequado forem esses tratamentos no começo da vida, melhor o resultado em termos de desenvolvimento e autonomia", completa.
A prefeitura informou que toda a alimentação é fornecida e monitorada pela equipe do Caps, não mencionou os objetos que teriam sido engolidos pelo paciente e disse que está acompanhando o caso.