Clima seco e calor excessivo afetam saúde dos pets e aumentam ...
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O clima seco e as altas temperaturas podem representar riscos à saúde de animais de estimação como cães e gatos. Assim como os humanos, esses animais são suscetíveis à desidratação, problemas respiratórios e dermatológicos em condições climáticas extremas. No caso dos animais que já são alérgicos, o cuidado precisa ser redobrado, conforme explica a médica veterinária especialista em alergias, Larissa Branco, em entrevista ao RDTV Cast.
“A pele do cão atópico é como se fosse a parede sem o cimento. Se tiver contatos com os alérgenos, principalmente de ambiente, vão penetrar na pele, começar a ter inflamações infecções secundárias decorrente disso. Nessa época do ano, imagina um cão que já é alérgico, nesse tempo seco, que não tem hidratação na pele. Além disso tem a fumaça, que já é um fator irritante também. Então são pacientes que sofrem muito nessa época”, esclarece.
De acordo com a especialista, as raças que mais sofrem com esses problemas são shih tzu, bulldog francês, pug, yorkshire, maltês e golden retriever.
“Esses são os cães que mais aparecem no consultório nesse período. Falando de alergia, a gente fala sobre a dermatite atópica canina, que é um problema genético que os pais acabam passando para os filhotes e tem o envolvimento da barreira cutânea e da imunidade do paciente. São pacientes que, a partir de um ano, começam com a lambedura de patas e região genital, que têm problemas de ouvido com maior frequência. Isso porque é uma pele que não faz a função de proteção”, afirma.
Emilly Cassim
Médica veterinária especialista em alergias, Larissa Branco, durante participação no RDTV Cast
Segundo a veterinária, isso tem muita relação com a defesa do organismo já que os pets vem, cada vez mais, sendo criados dentro de casa ou de apartamentos, diferente de antigamente. Por isso, ela afirma que é um mito dizer que um vira-lata caramelo não vai ter esse problema.
“Dizer que vira-lata tem maior imunidade é mito. Minha paciente mais alérgica é uma vira-lata caramelo. É que, antes, eles eram tratados mais em quintal, como cão de guarda. Hoje em dia, o vira-lata caramelo é igual um luluzinho [da Pomerânia]. Estamos humanizando o cachorro, não tem mais esse contato raiz como os outros animais tinham. Então, são pacientes que vêm se tornando mais alérgicos”, analisa.
A médica ressalta que, muitas vezes, o banho pode ser um aliado, sendo, inclusive, uma forma de tratamento para raças alérgicas.
“Temos que pensar no cachorro que nem um paninho de chão, porque onde ele passa, se enfia nas coisas. Embaixo da cama, sofá, todos os ácaros e poeira doméstica está pegando naquele pelo. Então, para uma pele que não tem proteção, isso está entrando na pele. Vai começar a inflamar, alterar o PH da pele, bactéria e fungo que já moram na pele em menor quantidade vão começar a proliferar. Nesses casos, o banho é tratamento. Eu tenho pacientes, por exemplo, que ficam bem com três banhos semanais. Junto aos banhos, nós repomos a microbiota da pele com o tratamento, com hidratante prebióticos e probióticos, por exemplo”, detalha.
Além das alergias com o clima seco, a especialista alerta que o calor excessivo e a exposição ao sol também podem prejudicar a saúde animal e que, por isso, é preciso estar atento. “Cachorro também usa protetor solar, se for passear ou ter exposição ao sol, e dependendo do horário, é importante principalmente no fucinho. O pitbull, por exemplo, é um cachorro grande que fica exposto demais”, diz.
Os horários de passeio devem ser pensados de forma a evitar os períodos mais quentes, orienta. “O certo é passear nos horários mais frescos, como à noite. No entanto, tem cachorro que só faz as necessidades fora de casa, então tentem levar nos locais mais frescos possíveis. Deixar em local com sombra, água fresca, pote com água gelada, água de coco. Caso note alguma alteração ou uma situação grave, levar ao veterinário especialista”, conclui.