Exames apontam acúmulo de líquido nos pulmões de Bruno Covas, que segue internado
SÃO PAULO — Exames divulgados nesta quarta-feira mostraram um avanço no tumor que acomete o prefeito de São Paulo, Bruno Covas. A equipe médica do Hospital Sírio-Libanês informou que as novas lesões no fígado e nos ossos do prefeito levaram ao acúmulo de líquido nos pulmões e na região abdominal, decorrente da inflamação dos tumores na região.
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Em razão deste quadro, foram instalados drenos desde segunda-feira para retirada do líquido, o que impediu a alta do prefeito.
— O prefeito internou para fazer avaliação de rotina. Ele teria alta, mas houve um fato novo. Os exames de imagem mostraram um avanço da doença, tanto no fígado, quanto em lesões ósseas. O novo tumor causou um acúmulo de líquido na região abdominal e nos pulmões. Foi realizada uma drenagem do pulmão direito e do esquerdo – explicou o médico Davi Uip, diretor do Centro de Infectologia do Hospital Sírio-Libanês e um dos responsáveis pelo acompanhamento do estado de saúde de Covas.
Agora, a saída de Covas do Hospital está condicionada à retirada dos drenos. Para reduzir a inflamação, os médicos optaram por dois tipos de tratamento: imunoterapia, considerado um método moderno para casos complexos, conjuntamente com a quimioterapia, a que Covas já vinha sendo submetido.
– O surgimento da metástase nos ossos e novas lesões no fígado mostram piora e por isso a mudança da estratégia – explicou o infectologista.
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Em paralelo, Covas passou a receber uma suplementação alimentar por meio de um soro nutricional para ganhar peso. Ele recebe essa alimentação por meio de sonda durante a noite. O prefeito continuará trabalhando e despachando do hospital, mas sem exposição pública. Lá, Covas participa de reuniões por meio de vídeo, conversa com secretários e assessores por mensagens de texto e assina despachos com o auxílio de um tablete adaptado.
— Ele está bem e segue trabalhando. É um guerreiro. Mas até a retirada dos drenos, ele continua internado. — complementou Uip.
Covas está em tratamento desde 2019 para conter a doença, descoberta inicialmente na transição entre esôfago e estômago, mas sofreu metástase e se espalhou para o fígado e gânglios linfáticos. No entanto, sua doença chegou a ser controlada no ano passado, quando conseguiu conciliar a campanha eleitoral com o tratamento.
Mais recentemente, porém, a situação mudou. Em 18 de fevereiro, os médicos que tratam Covas haviam relatado que a doença "ganhou terreno". Segundo os profissionais, o nódulo no fígado de prefeito, diagnosticado em outubro de 2019, tinha 2 centímetros, mas regrediu por meio de sessões de quimioterapia.
Um novo nódulo, porém, foi notado em fevereiro deste ano em outro ponto do fígado e com alguns milímetros. Segundo os médicos, o fato de ser de um tamanho pequeno auxilia o tratamento.
Na ocasião, o oncologista Tulio Eduardo Flesch Pfiffer explicou que o nódulo apareceu em um exame de rotina e disse que não muda "o status da doença".
Além de Pfiffer, Covas está sendo acompanhado pelas equipes médicas coordenadas por David Uip, Artur Katz e por Roberto Kalil Filho.
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