As viúvas de Bruno Covas continuam em campanha, usando bens ...
A outra imigrante, Tomie Ohtake, bem mais conhecida, tem suas obras públicas no Ibirapuera, na avenida Paulista, na Vergueiro. Morreu em 2015, aos 101 anos, já consagrada. Mas só ganhou duas homenagens públicas, e fora de São Paulo: uma escola estadual em Guarulhos e um largo em Curitiba, ambos em 2018. Aqui, nada.
É surpreendente que, com tanto dinheiro em caixa, a prefeitura só saiba ser rápida ao asfaltar ruas. Não existe dinheiro para uma praça nova, uma biblioteca nova ou uma escola de programação para homenagear pessoas fora do mundo partidário.
Por muitos anos, os paulistanos riam com superioridade do afã do governo baiano em batizar absolutamente tudo com o nome do falecido Luiz Eduardo Magalhães para agradar o painho ACM. A gestão Ricardo Nunes, algumas viúvas de Bruno e a ausente Câmara Municipal parecem ter o firme propósito de deixar São Paulo com cara de capitania de coronel. Antigamente, reclamava-se que a Câmara Municipal só servia para criar datas comemorativas e dar nome a praças. Ultimamente, nem isso.
Mas esse é um constrangimento promovido por governos de todas as bandeiras ideológicas. Inesquecível o dia em que o então presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli batizou o nome de um campo petrolífero de "Lula". Declarava, às gargalhadas, que se tratava apenas do molusco. Só ele riu. Já um parque em Recife, criado em terreno da Aeronáutica, que Lula pediu que fosse doado a uma gestão municipal amiga, ganhou o nome de Parque Dona Lindu. Sim, a mãe do presidente.
Dona Lindu também virou nome de conjuntos habitacionais do Minha Casa, Minha Vida na Paraíba, em Goiás e na Bahia. O então prefeito Fernando Haddad também prometeu um conjunto habitacional "Dona Lindu" no final de 2013. Mas, como diversos outros projetos habitacionais do Haddad prefeito, não saiu do papel. Ainda assim, um repeteco dos malufistas que colocavam Maria Maluf em complexos viários. A mãe do governador André Franco Montoro também é nome de uma escola pública.
Não basta coibir bajuladores e partidos políticos. As famílias dos falecidos deveriam ser as primeiras a se pronunciar: "Olha, pega mal. Não exagera. Uma homenagem só é suficiente. Tem muito morto ilustre que também merece a sua plaquinha."