Mão-pé-boca: saiba como identificar e prevenir doença que atinge ...
A doença mão-pé-boca, causada pelo Coxsackie vírus, é comum na infância, atingindo crianças menores de cinco anos. O nome vem das lesões, pequenas “bolinhas” que ficam nas mãos, nos pés e na boca dos pequenos.
Para tirar dúvidas, a Folha BV conversou com a médica pediatra Aline Sant’ana, que falou sobre os sintomas, prevenção e cuidados. “As crianças apresentam dor de garganta ou dor bucal e podem se recusar a comer. Febre é comum ocorrer, por volta de 39 graus. As vesículas são distribuídas ao longo da mucosa oral e língua, palmas das mãos e plantas dos pés e, ocasionalmente, na região glútea ou em órgãos genitais, mais dificilmente em tronco e membros; geralmente, as vesículas da doença mão-pé-boca são benignas e de curta duração”, disse.
Aline também destacou que a transmissão do vírus é mais intensa durante a primeira semana após iniciado os sintomas e pode durar até 3 semanas. Adultos tendem a ter mais resistência com a doença, porém podem agir como transmissores do vírus.
“É muito contagioso! A pessoa contaminada, dissemina o vírus com grande facilidade, através de espirros, tosse, o simples ato de falar e deixar escapar gotículas de saliva da boca pode contaminar um ambiente ou mesmo diretamente outra pessoa”, ressaltou.
Procurada pela Folha, a Secretaria Municipal de Saúde informou que “não há dados sobre o registro de casos de crianças com a doença ‘mão pé boca’, pois elas só ficam internadas em situações de agravamento da doença, o que não ocorreu desde o início do ano até o mês de maio”.
A jornalista Amanda Teixeira, recebeu o recado da professora da filha Scarlett Teixeira, de três anos. Uma colega de turma foi diagnosticada com mão-pé-boca, e Amanda observou e constatou que Scarlett também apresentava os sinais.
“Eu já tinha visto umas bolinhas nas partes íntimas dela. Pelo nome da doença, a gente imagina que só dá no pé, na mão e na boca, mas não, dá no corpo todo. Surgiu na cabeça, as bolinhas vermelhas. Fica vermelho, e não dá muito pra perceber logo de cara que é a doença. Se a professora não tivesse falado eu teria pensado que era uma alergia”, contou Amanda.
“Nos dois primeiros dias havia febre bem baixa, pela noite. As bolinhas coçam, então é importante ficar atento no corpo todo. E, pelo menos minha filha, continuou brincando e continuou disposta, não parece que ela está doente”, pontuou.
A pediatra também contou à Folha sobre o aumento dos casos recentemente. “Houve sim, aumento do número de casos nos meses de abril e maio. É durante os períodos de verão e outono que temos os maiores índices de transmissão, mas isso não quer dizer que o vírus não seja transmitido em outras estações do ano. Inclusive foi possível observar surtos em estados como São Paulo e Rio Grande do Sul que chegaram a ter um aumento de casos de até 149%”, ressaltou Aline.
PREVENÇÃO
A médica também destacou que os cuidados com a higiene pessoal são a princpial chave para evitar a contaminação.
“Lavar bem as mãos com água e sabão, higienizar com frequência brinquedos e objetos usados pelas crianças. Sempre higienizar com álcool 70% ou solução de água sanitária (uma medida de água sanitária para 3 de água) os trocadores, tapetes ou tatames onde a criança geralmente está em contato. Como o vírus é de transmissão fecal-oral, pode ser transmitidos por gotículas de saliva suspensas no ar após alguém contaminado espirrar ou tossir, objetos contaminados com saliva e outras secreções (lembrando que os pequeninos constantemente levam as mãos, brinquedos e diversos objetos à boca.) Ate mesmo através das fezes, por exemplo, trocar a fralda do bebê contaminado e não higienizar corretamente as mãos após.
TRATAMENTO
Aline conta que o tratamento é feito com sintomáticos, isto é, aliviar a dor e o incômodo até que o corpo consiga se recuperar e vencer a guerra contra o vírus. “Analgésicos como parecetamol, dipirona ou ibuprofeno para aliviar a dor e a febre, oferecer bastante líquido e alimentos fáceis de engolir e mastigar. Evitar alimentos salgados e quentes, pois pode piorar o incômodo na boca, são os principais cuidados, além de paciência e carinho com os pequenos até que a infecção se resolva”, complementou.