Cala a boca, ministro!
Magistrado bom é magistrado calado.
Essa deveria ser a mais eloquente e sábia escolha a ser adotada por todos os magistrados brasileiros em quaisquer postos de poder no judiciário da primeira à última instância do país.
A necessária e exigida discrição dos magistrados brasileiros, da mesma forma como estamos mais do que acostumados a ver com os exemplos vindos de outros países, precisa ser cobrado pela sociedade todas as vezes que assistirmos um magistrado se pronunciar fora dos autos e se imiscuir em assuntos estranhos à natureza jurídica e judicial dos fatos.
Você já ouviu falar de um ministro da Suprema Corte americana sair do país para dar palestras em eventos públicos bancados por empresas?
Ou você já tomou conhecimento de que um magistrado americano dá entrevistas para a imprensa ou se apresenta em programas jornalísticos de TV?
Quantas vezes você já presenciou um magistrado americano se manifestar publicamente sobre assuntos econômicos, políticos e sociais do país do Tio Sam?
É comum um ministro da corte judicial francesa, inglesa, alemã, portuguesa e até da Argentina ir aos meios de comunicação e se pronunciar sobre um processo em curso numa corte de julgamentos?
A única resposta para todas essas indagações é um sonoro NÃO!
Magistrado bom é magistrado calado.
Todas as vezes que um juíz, um desembargador ou um ministro de corte superior aparecer nos meios de comunicação para bodejar sobre quaisquer temas até mesmo relacionados a questões judiciais ou jurídicas, ele deveria ser acionado pela corregedoria da corte e receber uma reprimenda pública a fim de que se recolha aos seus afazeres jurisdicionais e cuide mais e melhor dos volumosos e incontáveis processos existentes na corte.
Já está mais que na hora de o congresso nacional votar uma PEC em que seja determinada a proibição de magistrados em todos os níveis dar entrevistas, falar em encontros empresariais, dar palestras ou se manifestar até mesmo sobre processos e sobre a organicidade das cortes.
Só assim, os magistrados brasileiros, estarão enquadrados legalmente e passarão a se concentrar mais e melhor nos processos sob seus cuidados.
Quem deve falar sobre política são os parlamentares.
Quem deve tratar de assuntos econômicos, sociais, infraestrutura, etc. são os ocupantes de cargos no executivo.
Juíz, desembargador e ministro do poder judiciário têm a obrigação e o dever de se recolher aos seus misteres e apenas se manifestar nos autos dos processos a si sorteados.
A nação brasileira está cansada de assistir a espetacularização, especialmente por parte de ministros do STF, ao darem entrevistas e fazerem palestras dentro e fora do país, discorrendo sobre assuntos estranhos à natureza judicial e jurídica do âmbito da corte.
Nessa semana, um ministro do STF se antecipou falando sobre o caso de um jovem e corajoso deputado que se manifestou do plenário do parlamento sobre um tema picante, e veio a público, antes mesmo do seu colega de corte sorteado para julgar o feito, e deu pitaco de como o congresso deveria agir sobre o caso.
Isso é um descalabro jurídico! Isso é uma aberração judicial!
Esse tipo de comportamento tem que parar e o congresso nacional tem que ter a ombridade e a obrigação de baixar a bola de todos os magistrados brasileiros e cortar a curica dos mesmos, pondo um freio na língua e nas atitudes temerárias e intrometidas dos mesmos, impondo um mecanismo legal que determine a que juízes, desembargadores e ministros do poder judiciário, estejam proibidos de se manifestarem publicamente sobre quaisquer assuntos até mesmo de natureza jurídica.
Juízes têm o poder de censurar e de proibir entidades e cidadãos de bem de se manifestarem.
Tá mais que na hora do surgimento de uma norma constitucional que reduza a pó esse poder quase arrogância, de juízes falarem fora dos autos ou se manifestarem sobre temas os quais não lhes dizem respeito.
A magistratura brasileira está no topo da cadeia salarial e social nacional, portanto, ganham muitíssimo bem e possuem o maior status, tão somente para cuidarem dos processos dos seus jurisdicionados.
Magistrado bom é magistrado calado.
Cala a boca ministro!
Té logo!