Análise: Bahia flerta com o perigo, mas avança com mais acertos ...

Rogério Ceni ainda não repetiu uma escalação em 2024 e evita falar em “time titular”, mas a partida contra o Caxias mostrou que existe sim um onze ideal na cabeça do treinador: Arias é o lateral-direito, Rezende o lateral ou zagueiro pela esquerda e Everaldo o atacante mais avançado. As demais posições são ainda mais definidas.

• Arias oferece mais equilíbrio nas transições que Gilberto;
• Rezende não ajuda no ataque como Luciano Juba, mas compõem melhor o sistema defensivo;
• Everaldo tem flutuado para ocupar espaços, como pede Rogério Ceni;
• Mais da metade dos titulares são meio-campistas de origem: Rezende, Caio Alexandre, Jean Lucas, Cauly, Everton Ribeiro e Thaciano.

O onze ideal na cabeça de Rogério Ceni encontrou um cenário nada ideal para mostrar serviço em Caxias do Sul. Com quatro minutos de jogo o Bahia estava atrás do placar. Marcelo cobrou escanteio, e Caio Alexandre mandou a bola na direção da própria meta.

O Tricolor se viu diante de um time muito intenso, disposto a brigar por cada bola e, diante dessa realidade, precisou de alguns minutos para chegar na mesma temperatura. Mas, aos poucos, a qualidade técnica fez diferença, e, ao seu estilo, com passes curtos, tabelas e infiltrações, o Bahia passou a controlar o jogo.

Aos 20 minutos, o zagueiro Victor Cuesta, no campo de ataque, recebeu passe de Everton Ribeiro e achou Cauly livre de marcação entre as linhas do adversário. O camisa oito empatou a partida em finalização da entrada da área em um lance que certamente vai virar exemplo para jogos futuros.

O gol deu - ainda mais - tranquilidade e confiança para os comandados de Rogério Ceni. Everton Ribeiro, que cometeu alguns erros nos minutos iniciais, começou a encaixar os passes e aumentou o volume ofensivo do Bahia. O Tricolor ainda não gerava muitas finalizações, mas tinha o controle da partida.

Na reta final do primeiro tempo, Everton Ribeiro achou Everaldo atacando o espaço na linha de fundo. Do camisa nove veio o passe na medida para Thaciano virar a partida ainda no primeiro tempo.O gol 10.000 na história do Bahia é mais um que ilustra bem as ideia de Rogério Ceni para a fase ofensiva do time, principalmente no que diz respeito a ocupação de espaço dos atacantes.

Outro ponto destacável na boa atuação do Bahia no primeiro tempo é que o Tricolor cedeu poucos espaços na defesa. Os mandantes abriram o placar quase que por acaso, e, apesar de estarem sempre prontos para contra-atacar, só criavam chances a partir de jogadas de bola parada.

No decorrer do segundo tempo a sequência de jogos da temporada em que o Bahia ainda não teve uma semana livre cobrou seu preço. O Tricolor perdeu intensidade e viu o jogo começar a sair um pouco de seu controle. Rogério Ceni respondeu com algumas trocas para oxigenar no time, mas o tempo mostrou que as mudanças não foram suficientes.

As mudanças do Bahia:

• Yago Felipe no lugar de Caio Alexandre aos 25' do 2º tempo;
• Biel no lugar de Thaciano aos 31' do 2º tempo;
• Luciano Juba no lugar de Rezende aos 50' do 2º tempo [depois de sofrer o empate]

As mudanças não surtiram efeito, mas o cenário do jogo ainda estava distante de uma pressão do Caxias. O problema é que o time da casa só precisou de uma chance clara para empatar a partida. Um cruzamento que veio da esquerda achou Robinho nas costas de Rezende.

A classificação veio na disputa de pênaltis, mas o empate no tempo normal em um jogo no qual o Bahia foi superior na maior parte deixa um alerta na Cidade Tricolor. O problema de ter uma defesa frágil é que o jogo está sempre vivo. E o empate em 2 a 2 com o Caxias é a prova disso, já que o time só precisou errar duas vezes para sofrer dois gols.

O próximo adversário do Bahia na Copa do Brasil vai ser definido em sorteio, desta vez com a presença dos clubes que disputam a Libertadores e outros que já haviam garantido classificação antecipada para a terceira fase.