Aprovação de Covas no combate à pandemia cresce e atinge 46%, diz Datafolha
Cresceu a aprovação da atuação do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), na pandemia da Covid-19. Segundo pesquisa Datafolha feita na terça (20) e na quarta (21), 46% dos entrevistados avaliam seu desempenho como ótimo ou bom. No levantamento feito há um mês, em 21 e 22 de setembro, o percentual era de 37%.
A aprovação é maior entre as mulheres (51%) e os mais velhos (53%).
Os que reprovam sua atuação no combate ao coronavírus são 18%, ante 25% em setembro, e os que avaliam como regular são 34% (antes, eram 38%). Outros 2% não souberam ou não quiseram responder.
O Datafolha ouviu 1.204 eleitores com 16 anos ou mais na cidade de São Paulo. A margem de erro máxima é de três pontos para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95% (essa é a chance de o resultado retratar a realidade, considerando a margem de erro). A pesquisa foi feita em parceria entre a Folha e a TV Globo.
A capital paulista registrou, no mês de outubro, a menor média de novos casos da doença desde maio. Desde o dia 10, a cidade está na fase verde do Plano SP, programa do governo do estado que prevê medidas de isolamento social e fechamento de atividades.
Na fase verde, a penúltima prevista, é permitida a reabertura controlada de quase todas as atividades e estabelecimentos, incluindo cinemas e teatros.
Desde fevereiro, São Paulo já contabilizou mais de 300 mil casos e 13,4 mil mortos pela doença.
Numericamente, Covas lidera as intenções de voto para a prefeitura (tem a preferência de 23% dos eleitores), embora esteja empatado dentro da margem de erro com Celso Russomanno, do Republicanos (que tem 20%).
O deputado federal, contudo, perdeu sete pontos desde a pesquisa dos últimos dias 5 e 6, ao passo que o tucano oscilou positivamente dentro da margem de erro.
A aprovação ao trabalho de Covas não recai na mesma medida sobre seu principal aliado, o governador João Doria (PSDB), que divide opiniões. Doria tem a aprovação de 33%, a reprovação de 34% e 32% o veem como regular —2% não opinaram.
O Datafolha também ouviu eleitores no Rio, em Belo Horizonte e no Recife. Na comparação, o prefeito mais bem avaliado na pandemia é Alexandre Kalil (PSD), que comanda a capital mineira.
Kalil tem 70% de aprovação e apenas 12% de ruim ou péssimo. Os que o consideram regular são 17% e 1% não opinaram. Em relação à pesquisa anterior, os resultados oscilaram dentro da margem de erro.
Belo Horizonte enfrentou sua pior fase na pandemia em julho e agosto, quando o número de casos explodiu e a ocupação de UTIs ultrapassou os 90%. Hoje, segundo o monitor da Folha que mede o estágio da pandemia nas cidades, a situação é de desaceleração, com queda no número de novos doentes.
Em sabatina promovida pela Folha e pelo UOL, Kalil admitiu que a capital mineira realizou uma "abertura precipitada" durante a pandemia.
Candidato à reeleição, Kalil lidera as intenções de voto do Datafolha e pode vencer já no primeiro turno. Ele tem a preferência de 60% dos eleitores, Em seguida aparecem o deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania), com 7%, a deputada federal Áurea Carolina (PSOL), com 5%, e o deputado estadual Bruno Engler (PRTB), com 3%.
Já no Recife, que viveu a fase mais aguda da contaminação por Covid-19 em abril e maio, no início da pandemia no Brasil, o prefeito Geraldo Júlio (PSB) teve queda na aprovação do seu desempenho —ele não é candidato à reeleição.
Eram 42% os que o consideravam ótimo ou bom no início do mês, contra 32% agora. Sua reprovação cresceu de 24% para 30% e os que o consideram regular saíram de 33% para 36%. Outros 2% não souberam ou não quiseram opinar.
Das quatro capitais avaliadas, Recife é a única que passou por lockdown, ficando fechada entre maio e junho.
O Datafolha entrevistou 868 pessoas nas capitais mineira e pernambucana.
O mais reprovado é o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos). São 55% os cariocas que avaliam seu desempenho na pandemia como ruim ou péssimo. São 16% os que aprovam sua atuação e 26% que a definem como regular. Os que não responderam somam 2%.
Os números são semelhantes à pesquisa passada, com oscilação dentro da margem de erro. Foram ouvidos 1.008 eleitores no Rio.
Quem mais reprova Crivella, que tenta a reeleição, são os mais escolarizados e os mais ricos —somam 70% e 72% de ruim ou péssimo, respectivamente.
O prefeito tem 13% das intenções de voto e está empatado tecnicamente em segundo lugar com Martha Rocha (PDT), com 13%, e Benedita da Silva (PT), que tem 10%. O primeiro colocado é o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), com 28%.
Crivella foi considerado inelegível pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio) por suposto abuso de poder na campanha eleitoral de 2018. Apesar disso, ele pode concorrer até que sejam esgotados todos os recursos cabíveis à decisão.
Também é do Rio a maior reprovação à atuação de um governador na pandemia. O interino Claudio Castro (PSC), que assumiu após o afastamento pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) de Wilson Witzel (PSC), é reprovado por 49%. São apenas 5% o que o avaliam como ótimo ou bom, e 27% disseram considerá-lo regular.
A parcela dos que não opinaram também é maior no Rio: 19%.
O mais bem-avaliado é o mineiro Romeu Zema (Novo). Ele tem 38% de ótimo e bom em Belo Horizonte, 34% de regular e 23% de ruim ou péssimo (5% não responderam).
No Recife, o governador pernambucano Paulo Câmara (PSB) tem avaliação modesta. Vinte e oito porcento aprovam seu trabalho de combate à Covid, 36% reprovam e 34% avaliaram como regular (2% não opinaram).
O mais mal avaliado na capital pernambucana é o governo federal. São 44% os que reprovam o desempenho de Jair Bolsonaro na pandemia, contra 32% de aprovação.
Os índices são tecnicamente iguais aos de Belo Horizonte, onde 46% reprovam, 34% aprovam e 19% acham regular.
Já no Rio e em São Paulo são 50% e 53% de reprovação, 28% e 27% de aprovação e 21% e 19% que avaliam como regular, respectivamente.