‘Padre de festa Junina’: embate entre Soraya Thronicke e padre Kelmon termina com ironias e troca de farpas
Em mais um momento tenso do debate desta noite, a senadora Soraya Thronicke, candidata à Presidência pelo União Brasil, entrou em confronto direto com Padre Kelmon (PTB). Ao perguntar sobre racismo, Soraya, que chama Kelmon ironicamente de "candidato padre", diz: — Candidato, o atual governo já teve absurdos como secretário que fez vídeos de conteúdo nazista. Assessor que fez gesto supremacista em pleno congresso nacional e presidente da fundação Palmares que é contra o movimento negro. Como garantir a defesa da população preta, parda, índigena que é nosso maior povo em meio a esse quadro de preconceito institucional?
Ao esquivar da resposta, padre Kelmon responde que "nós somos todos irmãos".
— Somos todos brasileiros. O brasil é a nossa casa comum. Essa política que cria mais divisão, não podemos aceitar esse tipo de coisa. Nós somos todos cristãos também. E quem é que nos dá esse sentimento de irmandade e fraternidade? Somente Jesus Cristo de Nazaré.
Em tréplica, Soraya debochou do padre e aproveitou momento para justificar fala sobre "mandra o padre para o inferno":
— Eu quero aproveitar esse momento para dizer que eu não mandei o senhor para o inferno. Mas eu perguntei se o senhor não teria medo de ir pro inferno. Porque o senhor não disse que deu nenhuma extrema unção na pandemia. Sobre o imposto único o senhor não estudou. O senhor está parecendo mais o seu candidato que é 'nem nem': nem estuda e nem trabalha. E dizer mais, não deu extrema unção porque o senhor é um padre de festa junina — completou.
Em direito de resposta, Padre Kelmon acusa Soraya de ter sido desrespeitosa em sua resposta. E afirmou que a candidata não conhece o significado de sarcedote.
— O povo brasileiro sabe. Os 84% da população brasileira sabe qual é o valor de um sacerdote. Aquele homem que se dedica a vida do pobre, aquele homem que serve no altar. O povo brasileiro sabe disso, mas a senhora desconhece — disparou o candidato.
No final do primeiro, a candida do União, citou números de vítimas do coronavírus e se confundiu no quantitativo de órfãos deixados pela crise sanitárias. Ela, porém, criticou Kelmon por não prestar solidariedade àqueles que foram afetados pela pandemia.
— Temos hoje quase 700 mil mortes por Covid, 130 milhões de órfãos. Eu pergunto ao senhor o que o senhor diria para consolar essas famílias? Esses órfãos que estão até agora esperando uma ajuda do governo. Que estão até agora sofrendo, muito irmãos separados porque cada parente tem que ficar um ou outro. O senhor não tem medo de ir para o inferno não? — disse Soraya.
Kelmon — que apesar de se dizer padre, nunca foi sacerdote das igrejas da comunhão ortodoxa no Brasil — criticou o fato da Covid-19 ser um tema constante no debate. Acusado de ser linha auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (PL) no evento, o candidato do PTB também se disse ofendido com a pergunta de Soraya.