Celulares voltam a adiantar hora mesmo sem horário de verão
Celulares logo depois da meia-noite deste domingo (3) — Foto: Reprodução/G1
Usuários relataram nas redes sociais que o relógio de seus aparelhos celulares foi adiantado de forma automática para o horário de verão na madrugada deste domingo (3). O problema já havia ocorrido no fim de semana de 19 e 20 de outubro, data padrão da mudança, mas que foi revogada este ano pelo presidente Jair Bolsonaro.
A reprogramação já era prevista, porque o horário de verão em 2018 teve início no primeiro fim de semana de novembro. No ano passado, usuários tiveram a mesma reclamação. Relembre
Na última sexta-feira (1º), o Google havia publicado um anúncio oficialrecomendando que usuários de Android no Brasil alterassem as configurações automáticas de data e hora; saiba como fazer isso. O Google sugere manter a desativação até o dia 16 de fevereiro, quando o horário de verão chegaria ao fim, se ainda estivesse em vigor.
No último dia 18, as operadoras de telefonia disseram que tinham "desprogramaram a alteração" em suas plataformas, "de acordo com o novo decreto presidencial". Mas, no dia 20, alguns usuários constataram a mudança de horário automática em seus aparelhos.
Nos aparelhos Android
- Toque no ícone "Configurar";
- Toque na opção "Data e hora";
- Desmarque a opção "Data e hora automáticas"
- Configure manualmente a hora correta
- Acesse a tela principal e toque na opção "Ajustes"
- Toque na opção "Geral"
- Toque na opção "Data e Hora"
- Desabilite a opção de configuração do relógio "Automaticamente"
- Configure manualmente o horário correto
O objetivo por trás da origem do horário de verão é aproveitar os dias mais longos para obter um melhor aproveitamento da iluminação natural, poupando recursos da matriz energética e reduzindo os riscos de apagões, principalmente no horário entre 18h e 21h, quando as lâmpadas dos espaços públicos são ligadas, boa parte da população chega em casa e parte do comércio, escritórios e indústria continua ativa.
Mas, nos últimos anos, mudou o padrão de consumo do país. Lâmpadas incandescentes foram substituídas por lâmpadas mais eficientes, e o horário de pico de energia se deslocou do início da noite para o meio da tarde, por volta das 15h, devido ao aumento expressivo do uso de ar-condicionado.
Estudo do Ministério de Minas e Energia divulgado no ano passado já apontava para a perda de efetividade do horário de verão. Segundo a nota técnica, a adoção de outros instrumentos regulatórios, como a tarifa branca e preço por horário, pode produzir resultados mais relevantes para o setor elétrico.
De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, o governo fez uma pesquisa que mostrou que 53% dos entrevistados pediram o fim do horário de verão. Não foram divulgados, entretanto, detalhes da pesquisa.
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estreia durou quase seis meses, vigorando de 3 de outubro de 1931 a 31 de março de 1932.
No verão seguinte, a medida foi novamente adotada, mas, depois, começou a ser em períodos não consecutivos. Primeiro, entre 1949 e 1953, depois, de 1963 a 1968, voltando em 1985 até abril de 2019, quando foi revogado por decreto.
O período de vigência do horário de verão era variável, mas, em média, durava 120 dias.
No mundo, o horário diferenciado é adotado em 70 países — e atinge cerca de um quarto da população mundial.
O horário de verão é adotado em países como Canadá, Austrália, México, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai.