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Contraventor Fernando Iggnácio é assassinado em heliporto no Recreio

Contraventor Fernando Iggnácio é assassinado em heliporto no Recreio
Genro de Castor de Andrade voltava de Angra e teria sido vítima de emboscada

RIO — O contraventor Fernando Iggnácio Miranda foi morto a tiros de fuzil, no início desta tarde, num heliporto no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. O genro de Castor de Andrade foi vítima de uma emboscada após chegar de Angra dos Reis, de helicóptero.

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O atirador estaria posicionado em cima de um muro à espera do contraventor. Os disparos atingiram Iggnácio quando ele passava próximo a uma churrasqueira.

Fernando Iggnácio Miranda foi morto, no início desta tarde, num heliporto no Recreio dos Bandeirantes Foto: Reprodução
Fernando Iggnácio Miranda foi morto, no início desta tarde, num heliporto no Recreio dos Bandeirantes Foto: Reprodução

A empresa Heli-Rio, onde Fernando Iggnácio foi morto, conta com circuito de vigilância, que pode pode ser útil para a investigação. Pouco depois das 15h, policiais da Delegacia Homicíidios da Capital começaram a fazer uma perícia. O atirador pode ter tido acesso ao heliporto através de um dos três terrenos baldios que ficam nas proximidades. Um deles é colado à propriedade, e é maior a probabilidade de que tenha sido o local de espreita.

Saiba mais: Polícia suspeita que tiros que mataram contraventor foram dados a uma distância de até cinco metros e eram de arma de grosso calibre

O autor dos disparos fugiu após o assassinato. Os advogados de Fernando Iggnácio também foram ao heliporto.

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Chefão da máfia dos caça-níqueis, Fernando Iggnácio esconde as algemas com um casaco ao deixar o prédio onde mora, em São Conrado, depois de ser preso sob acusação de tentativa de homicídio, em outubro de 2006 Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Chefão da máfia dos caça-níqueis, Fernando Iggnácio esconde as algemas com um casaco ao deixar o prédio onde mora, em São Conrado, depois de ser preso sob acusação de tentativa de homicídio, em outubro de 2006 Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Operação Gladiador,
deflagrada em dezembro de 2006 pela Polícia Federal, apontou envolvimento de policiais, advogados e contadores com os contraventores Fernando Iggnácio e Rogério Andrade Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo
Operação Gladiador, deflagrada em dezembro de 2006 pela Polícia Federal, apontou envolvimento de policiais, advogados e contadores com os contraventores Fernando Iggnácio e Rogério Andrade Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo
Em 2005, um cartaz num poste em São Conrado mostra foto de Fernando Iggnácio, genro do falecido bicheiro Castor de Andrade. Texto diz que Iggnacio, foragido da Justiça, é o mais poderoso mafioso do Rio. Na época, cartazes com fotos de Rogério Andrade, inimigo de Iggnácio e também foragido, começaram a surgir no Centro e em Bangu Foto: Eurico Dantas / Agência O Globo
Em 2005, um cartaz num poste em São Conrado mostra foto de Fernando Iggnácio, genro do falecido bicheiro Castor de Andrade. Texto diz que Iggnacio, foragido da Justiça, é o mais poderoso mafioso do Rio. Na época, cartazes com fotos de Rogério Andrade, inimigo de Iggnácio e também foragido, começaram a surgir no Centro e em Bangu Foto: Eurico Dantas / Agência O Globo
Iggnácio presta depoimento, em 2007, no 2º Tribunal do Júri do Rio O contraventor embarcou No Mato Grosso do Sul para participar de audiência de um processo em que era acusado de homicídio Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo
Iggnácio presta depoimento, em 2007, no 2º Tribunal do Júri do Rio O contraventor embarcou No Mato Grosso do Sul para participar de audiência de um processo em que era acusado de homicídio Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo
Inimigos mortais, Fernando Iggnácio (camisa clara) e Rogério Andrade conversam
como dois bons amigos, em 2007, antes do embarque, no Santos Dumont, rumo ao Mato Grosso do Sul. Durante anos, eles travam disputa sangrenta pelo controle dos caça-níqueis Foto: Hipólito Pereira / Agência O Globo
Inimigos mortais, Fernando Iggnácio (camisa clara) e Rogério Andrade conversam como dois bons amigos, em 2007, antes do embarque, no Santos Dumont, rumo ao Mato Grosso do Sul. Durante anos, eles travam disputa sangrenta pelo controle dos caça-níqueis Foto: Hipólito Pereira / Agência O Globo
O contraventor Rogério Andrade, patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, foi preso novamente em junho de 2018 Foto:   / Reprodução
O contraventor Rogério Andrade, patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, foi preso novamente em junho de 2018 Foto:   / Reprodução
Dois meses depois, Rogério foi solto ao receber o benefício do livramento condicional Foto: Marcos de Paula / Agência O Globo
Dois meses depois, Rogério foi solto ao receber o benefício do livramento condicional Foto: Marcos de Paula / Agência O Globo

Testemunhas relatam ter ouvido muitos tiros no local, logo após a chegada de um helicóptero.

— A gente ouviu um helicóptero chegando. Pouco depois escutamos os tiros. Foram muitos disparos, uns dez mais ou menos. Na hora, eu fiquei assustado, e minha reação foi de ficar abaixado — contou um homem que preferiu não se identificar.

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Chefão da máfia dos caça-níqueis, Fernando Iggnácio esconde as algemas com um casaco ao deixar o prédio onde mora, em São Conrado, depois de ser preso sob acusação de tentativa de homicídio, em outubro de 2006 Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Chefão da máfia dos caça-níqueis, Fernando Iggnácio esconde as algemas com um casaco ao deixar o prédio onde mora, em São Conrado, depois de ser preso sob acusação de tentativa de homicídio, em outubro de 2006 Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Operação Gladiador,
deflagrada em dezembro de 2006 pela Polícia Federal, apontou envolvimento de policiais, advogados e contadores com os contraventores Fernando Iggnácio e Rogério Andrade Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo
Operação Gladiador, deflagrada em dezembro de 2006 pela Polícia Federal, apontou envolvimento de policiais, advogados e contadores com os contraventores Fernando Iggnácio e Rogério Andrade Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo
Em 2005, um cartaz num poste em São Conrado mostra foto de Fernando Iggnácio, genro do falecido bicheiro Castor de Andrade. Texto diz que Iggnacio, foragido da Justiça, é o mais poderoso mafioso do Rio. Na época, cartazes com fotos de Rogério Andrade, inimigo de Iggnácio e também foragido, começaram a surgir no Centro e em Bangu Foto: Eurico Dantas / Agência O Globo
Em 2005, um cartaz num poste em São Conrado mostra foto de Fernando Iggnácio, genro do falecido bicheiro Castor de Andrade. Texto diz que Iggnacio, foragido da Justiça, é o mais poderoso mafioso do Rio. Na época, cartazes com fotos de Rogério Andrade, inimigo de Iggnácio e também foragido, começaram a surgir no Centro e em Bangu Foto: Eurico Dantas / Agência O Globo
Iggnácio presta depoimento, em 2007, no 2º Tribunal do Júri do Rio O contraventor embarcou No Mato Grosso do Sul para participar de audiência de um processo em que era acusado de homicídio Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo
Iggnácio presta depoimento, em 2007, no 2º Tribunal do Júri do Rio O contraventor embarcou No Mato Grosso do Sul para participar de audiência de um processo em que era acusado de homicídio Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo
Inimigos mortais, Fernando Iggnácio (camisa clara) e Rogério Andrade conversam
como dois bons amigos, em 2007, antes do embarque, no Santos Dumont, rumo ao Mato Grosso do Sul. Durante anos, eles travam disputa sangrenta pelo controle dos caça-níqueis Foto: Hipólito Pereira / Agência O Globo
Inimigos mortais, Fernando Iggnácio (camisa clara) e Rogério Andrade conversam como dois bons amigos, em 2007, antes do embarque, no Santos Dumont, rumo ao Mato Grosso do Sul. Durante anos, eles travam disputa sangrenta pelo controle dos caça-níqueis Foto: Hipólito Pereira / Agência O Globo
O contraventor Rogério Andrade, patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, foi preso novamente em junho de 2018 Foto:   / Reprodução
O contraventor Rogério Andrade, patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, foi preso novamente em junho de 2018 Foto:   / Reprodução
Dois meses depois, Rogério foi solto ao receber o benefício do livramento condicional Foto: Marcos de Paula / Agência O Globo
Dois meses depois, Rogério foi solto ao receber o benefício do livramento condicional Foto: Marcos de Paula / Agência O Globo

Relembre: 'Crime por encomenda custava até R$ 1,5 milhão', diz delegado da Homicídios sobre grupo de matadores

Um dos terrenos ao lado da empresa de fretamento o portão estava com uma chapa solta e pode ter servido de acesso.

—  Até pouco antes dos tiros, essa chapa estava no lugar. Foram muitos tiros —  disse um funcionário que cuida do terreno.

O corpo do contraventor foi removido por volta das 16h15 e levado para o Instituto Médico Legal. Duas mulheres, uma delas uma irmã de Fernando Ignácio, chegaram ao local.

Disputa familiar

Castor Gonçalves de Andrade e Silva tornou-se o chefão da contravenção no Rio nos anos 70 e chegou a expandir seus domínios para o Nordeste. Ele morreu de infarto em abril de 1997, dando início a uma guerra na família pela sucessão. Ainda em vida, Castor escolhera Rogério, seu sobrinho, para comandar a contravenção na Zona Oeste e em outras áreas do estado. O filho de Castor, Paulinho, não concordou e iniciou uma batalha com o primo. Em 1998, Paulinho e um segurança foram assassinados na Barra. O genro de Castor, Fernando Iggnácio Miranda, assumiu o lugar na disputa com Rogério.

De acordo com investigações da polícia, a partir da metade dos anos 1990, Fernando Iggnácio passou a controlar a Adult Fifty, empresa que explorava caça-níqueis em toda a Zona Oeste. Em 1998, Rogério teria fundado a Oeste Rio. O próprio Rogério foi vítima de uma tentativa de assassinato em 2001. Em abril de 2010, outro ataque: o filho de Rogério, de 17 anos, morreu num atentado na Barra. Em vez do pai, era o rapaz que dirigia um carro no qual foi colocada uma bomba. Segundo uma investigação da Polícia Federal, os contraventores César Andrade de Lima Souto e Fernando Andrade de Lima Souto estariam envolvidos no crime.

O contraventor Fernando Iggnácio Foto: Divulgação
O contraventor Fernando Iggnácio Foto: Divulgação
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