Michelle diz que tomará medidas contra jornalista por comentário sobre filha
A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, disse que tomará medidas contra a jornalista Barbara Gancia por um comentário que fez a respeito de Laura, 12, filha dela e do presidente Jair Bolsonaro (PL), nas redes sociais.
"Pra bolsonarista imbrochável feito o nosso presidente, quando a filha do Bolsonaro se arruma, ela parece uma puta", escreveu Gancia no domingo (16) no Twitter. A mensagem recebeu milhares de críticas de apoiadores do presidente.
Michelle respondeu nesta terça-feira (18) por meio de publicação no Instagram.
"Só lembrando a esta senhora que a minha filha Laura é uma criança. Medidas serão tomadas", escreveu, compartilhando link com texto a respeito do tema.
O tuíte da jornalista foi escrito em referência ao relato feito por Bolsonaro de encontro que teve com adolescentes venezuelanas em São Sebastião, na periferia de Brasília. Em entrevista, ele usou a expressão "pintou um clima" para se referir ao evento e insinuou que elas estavam se prostituindo.
"Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas; de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei, 'posso entrar na tua casa?' Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, [num] sábado de manhã, se arrumando —todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas, 14, 15 anos, se arrumando num sábado para quê? Ganhar a vida. Você quer isso para a tua filha, que está nos ouvindo aqui agora? E como chegou a este ponto? Escolhas erradas", disse o presidente na entrevista.
Gancia afirmou ao Painel que não cometeu nenhum crime e não insultou a menina.
"[Michelle] Sabe também que não trabalho na Folha há quase uma década. A brigada bolsonarista quer criar um fato político. Tenta usar a mim e ao jornal para desviar a atenção de malfeitos do candidato para os quais não tem resposta", declarou.
A jornalista disse ainda que "como de costume, os alvos da familia Bolsonaro são sempre a liberdade de expressão e jornalistas mulheres".