'A casa do Dragão' traz ameaça ao poder dos homens em sucessão do Trono de Ferro; g1 já viu
Assista ao trailer de 'House of the Dragon'
Durante oito temporadas, "Game of Thrones" conseguiu arrebatar os fãs. Mesmo com uma ou outra crítica, alguns episódios mais arrastados e até o penúltimo, na reta final, em que em momentos cruciais, deixou o público no breu, sem enxergar o que estava rolando. Ainda assim, a saga foi encerrada com louvor.
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Por isso, talvez, a cobrança para “A casa do Dragão”, que estreia neste domingo (21), seja maior: não só precisa fazer brilhar novamente os olhos do público como convencer a turma que torce o nariz para o spin-off dar o braço a torcer. Será que consegue? A partir daqui, contém spoilers.
O primeiro episódio, que vai ao ar neste domingo, cumpre a missão de trazer de volta o clima de Westeros para os fãs, com um passeio por Porto Real, pela Fortaleza Vermelha, pelo pátio do Castelo de Maegor, os figurinos, dragões, o Trono de Ferro, que surge com mais espadas.
É impossível (ou irresistível) não fazer comparações ou buscar por referências e similaridades entre os personagens. Como não lembrar de Daenerys ao ver Rhaenyra, de cabelos platinados, descer com desenvoltura de um dragão?
Mas então, a gente lembra que o jogo aqui é outro. A disputa é dentro da família e coloca o patriarcado em xeque.
'A casa do Dragão' — Foto: Reprodução/Instagram
Na história, que traz os eventos que culminaram no declínio da dinastia Targaryen, cerca de duzentos anos antes do nascimento de Daenarys, o rei Viserys I e a rainha Aemma Arryn esperam um bebê e a expectativa é que seja um homem.
Ele é já pai de Rhaenyra, mas se não tiver seu filho homem, o trono pode parar nas mãos de seu irmão, o príncipe Daemon Targaryen.
Mas Daemon é sombrio, de tendências tirânicas e não tem lá muitos escrúpulos. É em torno dele que o episódio fornece as cenas de violência, outro ponto em comum com a série original. Esguichos de sangue, dilacerações, crânios esmagados, membros decepados, estão todos lá, seja em um duelo para entreter o público de Porto Real, seja para matar criminosos sem chances de julgamento ou defesa. Deamon também protagoniza as cenas de sexo e nudez, que estão de volta.
Trailer de 'House of the dragon'
Com esse cenário e a sucessão em jogo, Viserys está obcecado por esse nascimento, e, tendo de escolher entre a vida da mulher e do bebê, que ainda não se sabe o sexo, ele não demora a decidir pela criança.
E em uma série que logo nos primeiros minutos mostra o desprezo pelo papel da mulher no reino, com frases como “homens preferem colocar o reino no fogo do que ver uma mulher ascender ao trono”, a violência contra elas pode ser ilustrada nesta cena: Aemma é amarrada e submetida a um parto cruel, em que a incisão para a retirada do bebê é feita com uma lâmina rudimentar, capaz de fazer qualquer mulher à frente da TV se contorcer de dor e de tristeza. A rainha não sobrevive, claro. Nem o bebê, um menino.
Mal o luto acabou, de volta à mesa, o rei e seus homens, entre eles a “mão do rei”, Otto Hightower, e seu rival, Corlys Velaryon, retomam a discussão da sucessão.
Deamon é uma opção inviável para Viserys, e Rhaenyra, obediente e corajosa, que por vezes tenta brigar com o patriarcado imposto, ganha a sua chance de mostrar que está à altura do trono, mesmo sabendo que ninguém vai estar do seu lado.
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