25 anos sem Renato Russo: filmes e livros para conhecer o artista
Quando Renato Russo (1960 - 1996), ao lado da banda de rock Legião Urbana, entoou “Que país é esse” pela primeira vez, talvez ainda não soubesse que aquilo viraria um questionamento recorrente das gerações futuras. Lançada no fim da década de 1980 em um País recém-saído da ditadura militar (1964 - 1985), cantou: “Nas favelas, no senado/ Sujeira pra todo lado/ Ninguém respeita a constituição/ Mas todos acreditam no futuro da nação/ Que país é esse?”.
Os jovens brasileiros de hoje, vivendo em meio a uma crise econômica e uma pandemia, também conseguem se conectar com outra letra sua, “O Teatro dos Vampiros”: “Vamos sair mas não temos mais dinheiro/ Os meus amigos todos estão procurando emprego/ Voltamos a viver como há dez anos atrás/ E a cada hora que passa/ Envelhecemos dez semanas”.
O cantor e compositor brasileiro morreu há 25 anos, no dia 11 de outubro de 1996, por consequências da Aids. Mesmo assim, suas composições permanecem populares. “Tempo Perdido”, “Faroeste Caboclo”, “Pais e Filhos”, “Eduardo e Mônica”, “Quase Sem Querer” e “Ainda é Cedo” são exemplos de composições que, décadas depois, continuam a tocar em rádios e ser temas de pesquisa e produções artísticas. Em homenagem aos artista carioca, o Vida&Arte fez uma lista com algumas obras para se aprofundar no trabalho dele.
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AssineO documentário dirigido por Vladimir Carvalho traça o cenário da música de Brasília na década de 1980. A partir disso, mostra como o rock se formou na capital federal com suas bandas embrionárias até os grandes sucessos, como Legião Urbana e Capital Inicial. Conteúdo traz depoimentos de vários músicos e familiares de artistas para detalhar a denominada “Era de Ouro” da cidade.Onde: Looke e Canal Curta TV!
Somos Tão JovensO filme de drama musical leva a trajetória de Renato Russo para os cinemas. “Somos Tão Jovens” (2013), dirigido por Antonio Carlos da Fontoura, acompanha Renato (Thiago Mendonça) a partir de 1973, quando ele se muda com a família do Rio de Janeiro para Brasília. Na época, sofria de epifisiólise, uma doença óssea rara que o deixou em uma cadeira de rodas depois de fazer uma cirurgia. No período em que foi obrigado a ficar em casa, o jovem começou a se interessar pela música e passou a se envolver com o cenário musical brasiliense.Onde: Telecine Play
Faroeste CabocloA música “Faroeste Caboclo” tem pouco mais de nove minutos e conta a história de João de Santo Cristo, um jovem que vê toda sua família ser morta e decide se mudar para Salvador. No lugar, é levado para Brasília, onde enfrenta problemas econômicos e se torna traficante. Ele se apaixona por uma mulher, que se envolve com um traficante rival. O protagonista, então, marca um duelo com o outro homem e morre com um tiro nas costas. Essa narrativa serviu de inspiração para o longa-metragem homônimo dirigido por René Sampaio e protagonizado por Fabrício Boliveira e Isis Valverde. O enredo tem os mesmos elementos da música original.Onde: Globoplay
Renato, O RussoNeste livro, a escritora Julliany Mucury se aprofunda nas questões que fariam de Renato Russo um poeta. A autora estava em um evento sobre o cantor quando se deparou com a pergunta: “ele era um poeta?”. Com isso, encontrou o mote para o projeto de pesquisa de seu doutorado na Universidade de Brasília (UnB). Mais de uma década depois, esse trabalho está sendo publicado pela Garota FM Books.
A obra, que percorre desde o início da carreira do cantor, é o resultado de pesquisas em biografias, escritos pessoais e trabalhos acadêmicos. Ela estudou todas as letras, mas focou em 29 que são de autoria exclusiva do compositor.
Renato Russo - O filho da revoluçãoCarlos Marcelo se debruça em mais de 100 entrevistas e pesquisas realizadas durante nove anos. Nesta biografia, os leitores entendem como Renato Manfredini Júnior se tornou “Renato Russo”, um dos maiores nomes do rock brasileiros. Rascunhos de músicas de sucesso e depoimentos de integrantes do Legião Urbana, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso e Titãs são alguns dos conteúdos disponíveis. Também mostra como a ditadura militar afetou as vivências do cantor.
Só Por Hoje e Para SempreO livro “Só Por Hoje e Para Sempre”, escrito pelo próprio Renato Russo, se aprofunda no período em que passou em uma clínica de reabilitação no Rio de Janeiro com o objetivo de se desvencilhar do vício em álcool e em drogas. Com pouco menos de um mês no lugar, fez reflexões sobre sua vida pessoal e sua produção artística, que reverberam nas letras posteriores.
Essa obra, publicada apenas postumamente por pedido do artista, mostra os esforços que colocou para se recuperar. O contexto desse momento está exposto, em partes, na música “Vinte e nove”: “Perdi vinte em vinte e nove amizades/ Por conta de uma pedra em minhas mãos/ Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes/ Estou aprendendo a viver sem você/ Já que você não me quer mais/ Passei vinte e nove meses num navio/ E vinte e nove dias na prisão/ E aos vinte e nove com o retorno de Saturno/ Decidi começar a viver/ Quando você deixou de me amar/ Aprendi a perdoar/ E a pedir perdão/ E vinte e nove anjos me saudaram/E tive vinte e nove amigos outra vez”.
Discobiografia legionáriaO livro de Chris Fuscaldo faz um resgate das histórias por trás de músicas famosas da banda Legião Urbana, como “Pais e Filhos” e “Eduardo e Mônica”. Obra busca homenagear um dos grupos de rock mais populares do Brasil.
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