Jovens vivem "depressão de futuro", diz Marina Silva após encontro ...

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O encontro com a ativista não fazia parte da agenda do Fórum Econômico Mundial. Marina teve a confirmação da reunião pouco antes de sair de Davos para voltar ao Brasil no fim da tarde.

A ministra disse que a reunião com as ativistas fez com que ela se lembrasse da época em que começou a luta ambiental, aos 17 anos de idade, com Chico Mendes.

“É muito bom ver que tem uma nova geração de ativistas. Só que, diferentemente do combate que fazíamos isolados nas florestas com os nossos corpos, eles têm tecnologia para fazer esses embates globais.”

Para Marina Silva, é muito importante o movimento de cobrança por parte desse grupo em relação às autoridades e às empresas, “inclusive de mim mesma porque hoje estou num lugar do Estado, do governo”.

Os ativistas formalizaram para a ministra o pedido da redução de CO2 e do desmatamento, proteção aos povos indígenas, combate ao garimpo ilegal e proteção do futuro das gerações presentes e das próximas.

“Temos de nos sentir eticamente constrangidos porque o que está em jogo é o futuro da juventude, com uma parte vivendo uma depressão de futuro.”

Greta abordou com Marina Silva o tema dos combustíveis fósseis, que vai precisar de uma transição.

“O Brasil é uma grande fonte de energia para exportar por meio do hidrogênio verde. Então, o país tem de ir para o lugar da solução, não do problema. Todos estão sendo cobrados pelo desequilíbrio do planeta.”

Greta Thunberg e seus colegas fizeram uma apresentação ampla das questões ambientais que estão em jogo, abordando o tema das petroleiras e produtoras de carvão, disse Marina Silva.

“Esse é um tema da COP28 e quando tivermos a COP no Brasil, vamos ter esse problema sendo colocado de novo.”

Marina Silva também se reuniu com John Kerry durante o Fórum Econômico Mundial — o último encontro foi hoje cedo. “Tivemos três agendas [nos últimos dias]. Ele pretende ir para o Brasil em fevereiro.”