Execução de Sacco e Vanzetti, nos EUA

Em 23 de agosto de 1927, há 95 anos, eram executados por eletrocussão na cadeira elétrica Sacco e Vanzetti. Após passarem 6 anos na prisão, teriam o seu veredicto. Bartolomeo Vanzetti (com 39 anos), era um líder do movimento operário anarquista e Nicola Sacco, 36, atuava em ações revolucionárias anarco-sindicalistas. Os dois eram imigrantes italianos.
A acusaçãoSacco e Vanzetti, eram os principais suspeitos de um assalto a uma sapataria, seguido por dois homicídios, um contador e um guarda de uma fábrica de sapatos. O crime ocorreu no dia 15 de abril de 1920, em Braintree (Massachusetts), os mortos carregavam a soma de US$ 15 mil na hora do crime, valor levado pelos assaltantes em um carro roubado.
Com Sacco e Vanzetti encontraram armas e munições; no entanto, a prova de balística foi inconclusiva, o que levou a acusação inicial apenas de porte ilegal de armas, prática comum aos norte-americanos na época. As declarações das testemunhas também foram confusas e contraditórias, mas mesmo assim, em 5 de maio, os militantes foram acusados dos dois crimes e indiciados em 14 de setembro.
Execução dos anarquistas nos EUANa década de 1920, após o período da Primeira Guerra Mundial, o país encontrava-se em gigantesca crise econômica. Nesse mesmo período, houve uma leva de imigrantes aos EUA, ocasionando conflitos com os trabalhadores locais.
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Havia um clima de histeria lastreada numa enérgica campanha da imprensa burguesa que estimulava o chauvinismo e a xenofobia nos trabalhadores locais. Campanha essa que também combatia os grupos anarquistas e socialistas, colocando-os como prejudiciais ao modo de vida norte-americano, visando com isso dividir a classe operária.
O Julgamento parcialO julgamento totalmente parcial é repleto de contradições, desde o indiciamento até os próprios atos rituais. Os acusados e muitas das testemunhas que não dominavam o idioma inglês, acabavam testemunhando em italiano, o que não era compreendido pelo júri, tendo seus direitos de defesa tolhidos.
O promotor deliberadamente aproveitou-se da debilidade social das testemunhas para desmoralizá-las perante o júri, acarretando o seu descrédito. Foi assim com a testemunha principal da defesa, Dominick Ricci, que provava que Sacco não estava na cidade no dia do crime; e tantas outras, como Devlin e o funcionário consular Giuseppe Adrower.
Ao ser inquirido, após 27 dias de audiência, Vanzetti, em depoimento, menciou seu posicionamento anarquista e sua fuga para o México para evitar a guerra, o que desgostou muito o júri. O mesmo já expressava os efeitos da prisão, aparentava ser muito mais velho e permanecendo inexpressivo. O veredicto não tardaria e os italianos seriam considerados culpados de assassinato em primeiro grau.

O caso teve muita repercussão, havendo toda uma comoção popular em razão da condenação e prisão dos italianos. Seus advogados atuaram por todos os meios processuais possíveis para a revisão do caso.
Após a condenação à morte houve uma verdadeira comoção internacional, e políticos europeus enviaram mensagens solicitando o perdão para a Casa Branca, para o governador Fuller e para o secretário de Estado. Os advogados tentaram recorrer à Suprema Corte, ocasionando o adiamento. Fuller adiar mais uma vez a execução mas após 12 dias os dois são eletrocutados.
A história de luta desses companheiros foi consagrada em um livro, escrito por Howard Fast. Sendo também registrada uma versão para o cinema, contando a história.
Apenas em 23 de agosto de 1977, cinquenta anos após a execução de Sacco e Vanzetti, foram inocentados. O governador de Massachusetts, Michael Dukakis, reconheceu formalmente a injustiça cometida pelo tribunal, reabilitando os nomes dos executados.
A farsa para perseguir a esquerdaO caso de Sacco e Vanzetti é mais um processo farsa utilizado para perseguir e punir militantes da esquerda. O Estado de Direito existe apenas para burguesia e seus iguais, sendo uma ditadura implacável contra a classe operária.
Na atualidade não é diferente, os golpes de Estado em 2016 e 2018, a prisão de Lula, Dirceu, dentre tantos outros militantes e trabalhadores, atesta isso. Nesse momento, só não vemos execuções legais porque o movimento operário minimamente organizado não aceita, mas elas ocorrem ilegalmente pela ação das polícias, tendo como alvo as camadas mais pobres.